DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez Abadía, Luiz Gustavo Battaglin Maciel, afirma que não tem informações sobre as imagens de Hello Kitty que seu cliente teria enviado por correio eletrônico para a Colômbia.
"Não ouvi falar sobre isso em nenhum momento, essa informação não está no processo, mas, se for verdade, é bastante grave", afirmou Maciel à reportagem.
A gravidade, de acordo com o advogado, deve-se ao fato de que Abadía disse que pretendia colaborar com a Justiça e repetiu dezenas de vezes que nunca havia traficado no Brasil.
O traficante quer ser extraditado do Brasil porque acredita que tem informações para tentar negociar uma redução de pena com os Estados Unidos.
Pelos 15 homicídios pelos quais é acusado de ser o mandante naquele país, Abadía poderia ser condenado à prisão perpétua. Mas ele acha que poderá reduzir essa pena para 30 anos, ainda segundo o seu advogado.
A Embaixada dos EUA em Brasília informou na tarde da última sexta-feira que, naquele horário, não conseguiria encontrar um representante do DEA (a agência antidrogas americana) para poder comentar a questão das imagens.
A Polícia Federal em São Paulo também foi procurada pela Folha, mas não respondeu ao pedido de entrevista.
O megatraficante Abadía está atualmente em um presídio federal em Campo Grande (MS).
O colombiano é apontado pelo DEA como um dos maiores traficantes do mundo, dono de uma fortuna estimada pela agência antidrogas dos Estados Unidos em US$ 1,8 bilhão.
Na Colômbia, pesa contra Juan Carlos Ramírez Abadía a acusação de ter ordenado mais de 300 homicídios.


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