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Kassab dá aumento a professor em ano eleitoral
Salários-base serão reajustados em 20% com a incorporação de gratificações
Aposentados, pensionistas e readaptados terão aumento efetivo de 2%; projeto tem de ser aprovado na Câmara até 8 de abril
DA REPORTAGEM LOCAL
A gestão do prefeito Gilberto
Kassab (DEM) aumentou para
20% de aumento a proposta de
reajuste do salário-base dos
professores e funcionários da
rede municipal de educação.
A proposta original, que era
de 12,5%, passou para 15% na
quinta-feira e, anteontem, última rodada de negociações, chegou ao índice aceito pelos três
sindicatos que representam os
servidores da área. Parte das
gratificações pagas atualmente
será incorporada aos salários.
Em ano eleitoral, o reajuste
autorizado por Kassab -que
pretende concorrer à reeleição
em outubro- beneficia principalmente aposentados, pensionistas e readaptados, que não
têm direito às gratificações pagas aos funcionários da ativa e
terão um aumento efetivo de
20% em sua remuneração -a
categoria não recebia aumentos há seis anos.
De acordo com a prefeitura,
os aposentados, pensionistas e
readaptados somam 18 mil servidores. O Sinpeem (Sindicato
dos Profissionais em Educação
no Ensino Municipal de São
Paulo) calcula em 26 mil -18
mil aposentados, 2.000 pensionistas e 6.000 readaptados. Há
70 mil profissionais na ativa.
Com a proposta do governo,
os professores e funcionários
não passarão a receber mais do
que ganham atualmente -eles
terão incorporados aos seus salários-base parte das gratificações que já recebem.
Um exemplo: se o professor
tem R$ 1.000 de salário-base,
sua gratificação é de R$ 370.
Com o reajuste de 20%, seu salário-base passará para R$
1.200 e sua gratificação será reduzida para R$ 170.
Pelo acordo fechado no sábado, a prefeitura dará dois novos
reajustes -maio de 2008 e
maio de 2009- para incorporar aos salários o total das gratificações, de 37%. Os percentuais de cada ano ainda não estão definidos, mas deverão
constar do projeto de lei que
Kassab enviará à Câmara possivelmente ainda hoje.
O vale-alimentação de R$
190 pago aos funcionários com
salários-base de até R$ 1.900
será mantido para todos os servidores da educação que o recebem hoje, mesmo que, com o
reajuste, os vencimentos ultrapassem o teto.
Claudio Fonseca, presidente
do Sinpeem, disse que a categoria pressionou o governo para
concluir rapidamente as negociações de forma que a Câmara
Municipal pudesse aprovar o
projeto antes de 8 abril.
É que, a partir dessa data, por
força da Lei Eleitoral, a prefeitura não pode mais conceder
nenhum tipo de reajuste salarial aos servidores.
Para Fonseca, o resultado
das negociações foi satisfatório,
embora a reivindicação da categoria fosse mais ampla.
"Nós fizemos uma proposta
de aumento real, incorporação
das gratificações, redução do
número de alunos por sala, fim
das escolas provisórias, mas o
governo só aceitou discutir
agora a questão da gratificação", afirmou o sindicalista.
Segundo ele, o governo se
dispôs a continuar discutindo
as reivindicações relacionadas
à qualidade do ensino.
Em nota, Kassab afirmou
que o acordo com os servidores
é um passo importante no sentido de melhorar a qualidade de
ensino na cidade.
"E acho que não exagero se
disser que é o [passo] mais importante, porque é na sala de
aula com professores valorizados que se dará uma educação
melhor às nossas crianças. É
um passo coerente com a política que adotamos desde o início desta gestão, de tratar a
educação como prioridade máxima. Vamos continuar trabalhando para isso", disse o prefeito na nota.
A incorporação das gratificações era uma proposta antiga
de Kassab. Ele prometia adotar
a medida ainda em seu mandato.
(EVANDRO SPINELLI)
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