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PESQUISA NACIONAL
Governo quer saber quais crimes não são registrados
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal vai realizar, neste ano, em todo o
país, uma "pesquisa de vitimização", com o objetivo de
mensurar, por meio de
amostragens, a taxa nacional
de crimes não registrados.
De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança
Pública, ligada ao Ministério
da Justiça, apenas cerca de
20% dos crimes ocorridos
são de fato registrados. Os
demais entram no rol do fenômeno conhecido como
sub-registro.
Os crimes de furtos e os
crimes sexuais são os que
possuem as mais baixas taxas de registro, estima o governo. Apenas 8% dos casos
de estupro, por exemplo, estariam registrados nas delegacias de polícia.
O índice de registros cresce em casos de crimes violentos e naqueles em que as vítimas necessitam do boletim de ocorrência, como roubos
de carros, para acionar a seguradora e a busca policial.
Serão 160 questões, que
abrangem agressões, ofensas
sexuais, crimes raciais e até
casos de corrupção. Os homicídios não entram, o governo
entende que tais estatísticas
são eficientes.
Entre os objetivos está o de
identificar quais são os entraves, medos e burocracias
que afastam a população das
delegacias. Outra meta, com
os resultados em mãos, é
propor políticas focadas nos
nos resultados da pesquisa.
O governo vai lançar uma
chamada pública internacional para a contratação do órgão que fará a pesquisa. O
trabalho em campo deve começar no segundo semestre.
A metodologia está sendo
preparada com auxílio de
técnicos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento).
"A pessoa [entrevistada]
tem que estar sozinha, num
lugar adequado, sem a presença de pessoas que possam
constrangê-la", disse o consultor da ONU Tulio Kahn,
que trabalha na adaptação da
metodologia da pesquisa.
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