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Ladrões invadem quartel e roubam fuzis
Grupo rendeu militares em Caçapava e fugiu com sete armas; é o segundo roubo de armamento em cinco dias em SP
Comando do Exército diz que vai apurar como os bandidos tiveram acesso
ao prédio; um militar foi
ferido durante o assalto
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo armado invadiu na
noite de anteontem um quartel
do Exército em Caçapava (116
km de SP), rendeu os militares
que faziam a segurança das instalações e roubou sete fuzis
-armas usadas para atacar veículos blindados, como carros-fortes, e para proteção e ataque
de áreas nas disputas entre traficantes, sobretudo no Rio.
Esse foi o segundo roubo de
armas de grande poder letal em
menos de uma semana em São
Paulo. O governo de São Paulo
colocou as polícias Militar e Civil para ajudar o Exército a localizar suspeitos do roubo.
Segundo nota do Comando
do Exército, após um "breve
confronto" com assaltantes,
um dos militares ficou ferido,
mas ele não corre risco de morte. Ninguém havia sido preso e
nenhuma arma foi recuperada
até a conclusão desta edição.
Pelo menos cinco assaltantes
participaram do roubo, segundo a Polícia Civil de Caçapava.
Armados de pistolas e revólveres, eles renderam um sentinela que fazia a ronda. Depois, seguiram para uma área usada
para descanso dos soldados e
renderam outros seis. Um dos
militares foi agredido com uma
coronhada na cabeça.
O depósito de armas do local,
segundo o Comando Militar do
Sudeste, não chegou a ser invadido pelos criminosos. O Exército não quis comentar as condições de segurança do quartel
de Caçapava.
O Exército informou que vai
apurar como os bandidos tiveram acesso ao prédio. Uma das
possibilidades é que eles tenham entrado pelos fundos do
quartel, onde a proteção da
área é feita por uma cerca de
arame farpado com menos de
um metro de altura.
Como se trata de crime militar, as investigações são conduzidas pelo próprio Exército. De
acordo com um coronel ouvido
pela Folha, a investigação será
"rigorosa e profunda" para tentar identificar os envolvidos.
O ataque foi considerado
uma afronta por se tratar de
uma unidade importante "de
maneira indelével na história
militar do Brasil" por sua atuação em guerras e revoluções
Alerta
Outros 22 fuzis também haviam sido levados de um centro
de treinamento em Ribeirão
Pires, na Grande São Paulo, na
última quinta-feira. Na ocasião,
os criminosos também levaram
89 pistolas.
Esse centro roubado na semana passada, o CTT (Centro
de Treinamento Tático), pertence a um policial civil de São
Paulo e é utilizado pelos órgãos
de segurança para treinamento. Além disso, fica dentro do
terreno da maior fabricante de
munição do país, a CBC.
O Comando Militar disse que
é cedo para saber se há ligação
entre os dois casos, mas, por
precaução, foi dado um alerta
para que a atenção seja redobrada no Estado.
De acordo com o coronel, esses casos são considerados extremamente raros e devem ser
respondidos exemplarmente.
Segundo ele, o último deles
ocorreu em 2006, no Rio de Janeiro, quando bandidos armados levaram dez fuzis e uma
pistola de um quartel em São
Cristóvão (zona norte do Rio).
Em resposta ao roubo, o
Exército montou uma megaoperação com mais de 1.200 homens para recuperar as armas.
A ação durou mais de dez dias.
A Secretaria da Segurança
Pública de São Paulo informou
que ainda não conseguiu prender nenhum suspeito do roubo
em Ribeirão Pires.
A pasta informou ainda que o
secretário Ronaldo Marzagão
está acompanhando pessoalmente o assunto, pela "grande
preocupação" causada pelos
acontecimentos.
Colaboraram MARIO CESAR CARVALHO , da
Reportagem Local, e ALINE MAZZO , do "Agora"
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