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Corregedoria não atinge regionais
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local
A Corregedoria Geral da Administração do Município de São
Paulo começará a funcionar, na
próxima semana, sem poder para
afastar administradores regionais
e secretários municipais envolvidos em corrupção.
A informação é do vice-prefeito
(sem partido) e corregedor nomeado, Régis de Oliveira. Isso porque regionais e secretários são
considerados cargos de confiança,
nomeados pelo prefeito. "Nesses
casos, vamos entregar um relatório para o prefeito e ele vai ter de
agir", disse Oliveira.
A corregedoria foi criada ontem
por decreto municipal. Ela terá a
função de apurar irregularidades
em todos os setores.
Segundo o corregedor, o novo
órgão terá autonomia para afastar
temporariamente do cargo durante as investigações apenas os funcionários municipais.
Ao concluir a apuração e confirmar uma irregularidade, a corregedoria poderá adotar duas medidas em relação aos funcionários.
1) No caso de infração administrativa, o processo será encaminhado para o Departamento de
Processos Disciplinares, que abrirá sindicância e tem poder para demitir o servidor público.
2) Quando houver a constatação
de crime, o caso será repassado para o Ministério Público ou para a
Polícia Civil. Os dois poderão indiciar e processar criminalmente os
envolvidos.
A corregedoria vai funcionar no
segundo andar do prédio da Secretaria Municipal de Educação, na
rua Joaquim Eugênio de Lima, 421,
Cerqueira César (região central).
Ela também receberá denúncias
por meio de um disque-denúncia
(o número não foi divulgado).
Segundo o corregedor, apenas as
denúncias de pessoas que se identificarem serão investigadas. A
corregedoria, no entanto, garante
a manutenção do sigilo.
A previsão de Oliveira é que cerca de 15 pessoas participem das investigações. Para garantir que não
haja vazamentos de informações, o
vice-prefeito afirmou que apenas
juízes, promotores, procuradores
e delegados ocuparão a função de
auxiliares nas apurações.
"Mas também enviamos convites
para a Fiesp, sindicatos e outros representantes da sociedade civil,
que poderão ajudar no serviço",
disse Oliveira. Ele deveria se reunir
ontem com a Polícia Civil e com o
Ministério Público para determinar se a corregedoria também vai
atuar no caso da máfia dos fiscais.
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