São Paulo, Quarta-feira, 10 de Março de 1999
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DENÚNCIAS
Assessores do presidente da Câmara são envolvidos na investigação sobre corrupção nas ARs
Mellão se diz vítima de "revanchismo"

Eduardo Knapp/Folha Imagem
O presidente da Câmara Municipal de SP, Armando Mellão, cujos assessores são acusados de corrupção


da Reportagem Local

O presidente da Câmara de São Paulo, Armando Mellão (PPB), atribuiu ontem as denúncias envolvendo seu nome e o de assessores no esquema de corrupção a um "revanchismo".
Três assessores de Mellão estão sendo apontados como coordenadores da ação da máfia dos fiscais na Administração Regional de São Miguel Paulista, controlada politicamente pelo pepebista.
Os assessores foram acusados pelo ex-agente de apreensão João Augusto da Rocha, 54, que trabalhou em São Miguel até maio do ano passado. Rocha depôs anteontem na polícia.
O vereador disse que Rocha e outros três funcionários da regional foram transferidos dias após ele ter assumido o controle político do órgão. Eles estariam envolvidos no esquema de corrupção.
De acordo com Rocha, os assessores técnicos de São Miguel Marcos Oliveira Feliciano, Doliro Lamonica Teixeira e Florisvaldo Santos Oliveira, todos indicados por Mellão, obrigavam os agentes de apreensão a recolher, semanalmente, R$ 2.000 em propinas entre os camelôs do calçadão da rua Serra Dourada.
De acordo com o depoimento, os assessores de Mellão diziam aos fiscais que a arrecadação seguia para a "chefia".
O denunciante garante que se recusou a participar da rede de corrupção. O ex-fiscal afirma ainda que os assessores de Mellão lotearam as ruas da região, cobrando até R$ 10 mil por uma vaga no calçadão.
Em sua casa, foi apreendida uma declaração assinada pelo ambulante Sebastião Santana da Silva denunciando a máfia.
Apesar de negar envolvimento no esquema, Rocha foi preso temporariamente e indiciado por concussão (exigir vantagem para deixar de cumprir função pública) e formação de quadrilha. Há um mês, outros dois fiscais da regional já haviam sido indiciados pelos mesmos crimes.
Feliciano, que é citado por Rocha como um dos assessores de Mellão que recebiam propina, é chefe de gabinete do vereador. "Por ele (Feliciano) boto a mão no fogo", disse Mellão.
Segundo Mellão, Teixeira é funcionário da regional São Miguel, e Oliveira ele disse não conhecer.
(SC e JCS)




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