São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2001

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Voluntário quer relatar experiência em livro

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A AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A experiência como voluntário do Liberdade Assistida vai virar tema de um livro.
O consultor Alexandre Rodrigues, 48, dedica, há dois anos e meio, parte de seu tempo ao programa, quando conheceu H.A.M.S., 18. Agora ele está redigindo um livro, intitulado "O Próximo da Fila".
Rodrigues diz que a renda obtida com a venda dos exemplares será doada à Pastoral do Menor, que participa do projeto em BH. A vontade de contar em palavras sua experiência surgiu pela própria dificuldade que teve com o jovem, que deixou o programa em setembro de 99 -ele havia praticado assalto.
O consultor explica que durante seis meses mantinha conversas semanais com H. Como percebeu que o menor ainda não estava recuperado, pediu para prosseguir o trabalho por mais seis meses.
Rodrigues solicitou, inclusive, que o garoto fizesse um eletroencefalograma, acreditando em algum distúrbio mental. Na época, a psicóloga que também acompanhava o caso explicou que a mentalidade, não a mente biológica, de H. ainda estava em formação.

Recuperação
"Tive que conhecê-lo melhor. Quando o encontrei ele era um "selvagem". Hoje posso dizer que ele está recuperado."
Rodrigues acredita que, diante da situação de miséria do país, "o trabalho não é nem voluntário; é compulsório". Para ele, sua experiência "é uma prova intangível de que o adolescente infrator é 100% recuperável, desde que a intervenção seja feita cedo".
H. diz que sem a ajuda "de Deus e de Alexandre já estaria morto". Ele mora com a mãe e a irmã, e o pai abandonou a família quando H. era menino.
"O Alexandre ficou, bem dizer, no lugar do meu pai. Tem muita pessoa que não faz o que ele fez por mim."


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