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Para governo, foi uma retaliação a corte de regalias
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A governadora Rosinha Matheus (PSB) e a cúpula da segurança do Rio atribuíram os ataques promovidos por traficantes ontem na cidade a uma retaliação ao corte de regalias dos
presos nas penitenciárias do
Estado. Todos foram unânimes
em afirmar que ações como as
de ontem não irão mudar a política de segurança de "linha
dura" adotada nos últimos meses, dentro e fora dos presídios.
"Alguém vai ter que dobrar
os joelhos e não vai ser a polícia, não vai ser o governo", disse o secretário de Segurança
Pública do Estado, Josias Quintal. "Eu não vou aceitar ameaça
de bandido e, muito menos,
conversar com ele", completou
a governadora.
A Secretaria de Segurança e a
Polícia Federal disseram ter tido informações sobre a preparação dos ataques e que, por isso, reforçaram o policiamento
nas ruas. "Nós não podemos
impedir tudo ao mesmo tempo, mas a programação feita
por eles não foi alcançada", disse Rosinha Matheus.
Para as autoridades, a ordem
para os atentados teria partido
de dentro do complexo penitenciário de Bangu. Também
está sendo investigada a participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) paulista.
O secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, disse que a
polícia apreendeu panfletos assinados pelo PCC e pelo CV
que reclamam do que chamam
de maus-tratos nos presídios.
Segundo o superintendente
da PF no Rio, Marcelo Itagiba,
na segunda a polícia começou a
receber informações de que algo iria acontecer. Dados mais
concretos só foram detectados
anteontem, por volta das 21h,
quando, segundo a Secretaria
de Segurança, foram enviados
soldados para Bangu e todo o
efetivo da PM foi às ruas.
Ontem o governo federal começou a analisar em conjunto
com o governo estadual uma
nova proposta para enfrentar a
violência. O secretário nacional
de Segurança Pública, Luiz
Eduardo Soares, informou, em
nota, que "por questões óbvias,
as propostas não podem ser
anunciadas previamente".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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