Explosões ocorreram em estações de transmissão de energia em Pirituba (zona norte) e em Guarulhos (Grande SP)

Estimativa é que ao menos 385 mil casas tenham sido afetadas; bairros das zonas norte e oeste de SP ficaram sem luz por 30 minutos

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas explosões seguidas de incêndio em estações distintas de transmissão de energia em São Paulo e em Guarulhos (Grande SP) deixaram ao menos 385 mil imóveis sem energia na tarde de ontem, afetando cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Como cada imóvel representa um ponto de distribuição de energia, as concessionárias não apontam com exatidão o volume de pessoas atingidas pelo apagão, mas a estimativa é que, só na capital, 1,2 milhão de usuários tenham sido afetados, considerando a média de quatro pessoas atendidas em cada uma das unidades.
Com a suspensão de energia, ficaram sem luz por 30 minutos as regiões norte e oeste de São Paulo -em bairros como Freguesia do Ó, Pirituba, Jardim Peri, Perdizes, Lapa, Barra Funda, São Domingos, Jaraguá, Casa Verde, Água Branca, Limão, Mutinga, Vila dos Remédios e Osasco (Grande SP).
O primeiro foco de incêndio começou às 15h35 na subestação da Cteep (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista) de Pirituba (zona norte). As chamas, que eram vistas do viaduto Pompéia (zona oeste), foram provocadas por um curto-circuito em uma das fases dos transformadores, segundo disse a concessionária.
Capitão do Corpo de Bombeiros, Wagner Bertolini, que atuou na operação, disse que 17 mil litros de óleo de resfriamento de uma das resistências do transformador vazaram e, devido ao calor, pegaram fogo.
A interrupção de energia ocorreu porque outra concessionária de transmissão, a AES Eletropaulo, alimentada pela estação da Cteep, teve de suspender o fornecimento de energia naquelas regiões para a segurança do trabalho dos bombeiros. A energia foi restabelecida às 16h28.
Em Guarulhos, outro incêndio atingiu a subestação de transmissão da concessionária Bandeirante, na região central. Ao menos 67 mil consumidores ficaram sem luz em 25 bairros.
Conforme a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o fogo começou às 16h04. Danificou estruturas de conexão de dois dos quatro transformadores da subestação.
O engenheiro Sebastião Santolin, da Bandeirante, disse que o incêndio foi causado pelo contato do óleo -aquecido a pelo menos 120 C- com o ar, após ser expelido do transformador por excesso de pressão, o que normalmente é causado por curto-circuito interno.
O fogo foi controlado às 17h01. Com três dos quatro transformadores, a subestação, que abastece o centro de Guarulhos e bairros adjacentes, foi religada por volta das 19h30.
Santolin negou a hipótese de sobrecarga externa. "Se [a subestação] sofresse sobrecarga com quatro transformadores, não funcionaria com três."
Para o Sindicato dos Eletricitários, a explosão na subestação Pirituba da Cteep causou sobrecarga na unidade da Bandeirante. Em razão disso, o fornecimento de energia em Guarulhos também parou.
"Foi isso mesmo que aconteceu. Como a Cteep também fornece [energia] para a Bandeirante, quando houve a explosão em Pirituba houve uma sobrecarga no sistema, que causou a explosão também em Guarulhos", diz o presidente do sindicato, Antonio Carlos dos Reis.
A Cteep e a Bandeirante negam relação entre os dois fatos. Segundo a Cteep, a energia que chega à Bandeirante é gerada em outra subestação.
O sindicato diz ainda que o acidente ocorreu por falta de manutenção. A Cteep nega e diz que a última manutenção foi em 2006. A Aneel informou que a Cteep e a Bandeirante serão notificadas para, em 24 horas, explicar os dois incidentes.


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