São Paulo, sábado, 10 de abril de 2010

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Buscas devem continuar por 2 semanas

Governador Sérgio Cabral diz que trabalhos serão mantidos, mas lamenta que informações não são "nada animadoras"

Depois de dois dias de desespero, dona de casa encontra nora grávida, cuja casa havia sido soterrada no morro do Bumba, em Niterói

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Em meio ao cenário devastador -com 27 corpos resgatados do morro do Bumba, em Niterói-, o governador Sérgio Cabral (PMDB) disse ontem que os trabalhos devem continuar por pelo menos mais duas semanas e que as informações são "nada animadoras".
O Corpo de Bombeiros acredita que mais de cem pessoas ainda possam estar embaixo dos escombros.
Apesar do trabalho incessante, ontem apenas um cachorro foi retirado com vida dos destroços. "Ele estava no fundo. Isso faz a nossa esperança continuar", disse o bombeiro Orlando Gomes.
Uma vistoria do Instituto Estadual do Ambiente apontou que o gás metano emanado do lixão sobre o qual as casas foram construídas não tinha potencial para causar uma explosão, como chegou a ser cogitado.
O geólogo Adalberto da Silva, professor da Universidade Federal Fluminense, disse que 90% dos locais onde houve deslizamentos em Niterói tinham risco apontado por um estudo de 2004, contratado pela prefeitura do município.
O plano de obras para acabar com os riscos custaria R$ 44 milhões. O projeto apontava favelas populosas de Niterói, como os morros do Estado, Viradouro e Souza Soares, como em situação crítica.

Esperança
Um reencontro emocionou as pessoas que estavam na região de buscas ontem.
A dona de casa Adriana da Silva Faria, 35, reviu a nora Erika Ribeiro, 21, grávida de seis meses, após dois dias de tensão e procura.
Moradora de Alcântara, Adriana foi para o morro do Bumba assim que soube do desmoronamento pela televisão, na noite de quarta-feira.
Seu medo era que o filho e a nora, que tiveram a casa destruída, estivessem mortos. "Fiquei desesperada e vim direto para cá. Estou há dois dias sem dormir e sem comer", contou.
Mas o casal deixara a casa minutos antes do acidente. "Nossa casa estava rachada desde segunda, então decidimos sair. Cinco minutos depois, o morro veio abaixo", disse Erika.


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