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UNICAMP
Hermano Tavares teve 67,7% dos votos na consulta popular, mas indicação precisa ser confirmado por Covas
Tavares vence o 2º turno na Unicamp
MAURÍCIO SIMIONATO
free-lance para a Folha Campinas
O professor Hermano Tavares
foi o mais votado no segundo turno das eleições para indicar candidatos a reitor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Ele teve 67,7% dos votos na consulta à comunidade universitária e
deve encabeçar lista de três nomes
entre os quais o governador Mário
Covas vai escolher o novo reitor
da universidade. Isso deve ocorrer
entre os dias 15 e 18 deste mês.
Os outros nomes da lista tríplice
são o do segundo colocado nas
eleições, o professor José Tadeu
Jorge, e o de uma terceira pessoa,
que será escolhida pelo Conselho
Universitário no dia 14 de abril.
Ontem, Tavares disse que, se for
o escolhido, terá como uma das
principais bandeiras da sua gestão
o aumento no número de vagas na
universidade nos próximos vestibulares.
Tavares também vai propor a
implantação de dois novos cursos
técnicos, um de telecomunicação
e um para agentes de trânsito.
"Como o prédio do colégio técnico da Unicamp não comporta
mais ampliação estamos estudando o funcionamento misto das aulas no campus da universidade",
disse Tavares.
O professor pretende também
colaborar com escolas de segundo
grau por meio de treinamentos.
Ele admitiu que um dos problemas da universidade são os salários baixos, que estão provocando
a evasão de professores para universidades privadas.
"Os salários estão realmente
baixos, mas vamos estudar uma
solução para evitar que um maior
número de professores deixe a
Unicamp", afirmou.
A criação de um fundo de aposentadoria dos funcionários da
universidade também é uma das
propostas de Tavares.
O novo reitor toma posse oficialmente no dia 20 de abril.
Desde o governo Franco Montoro, no início da década de 80, o governador do Estado acata o resultado das votações e não muda a escolha de alunos, funcionários e
professores.
Esta foi a primeira vez que um
candidato da universidade ganha
entre professores, funcionários e
alunos.
Dívidas
O novo reitor da Unicamp vai
assumir dívida de aproximadamente R$ 17 milhões devido ao
não-recolhimento da contribuição ao Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo)
sobre o salário dos funcionários
da universidade.
A interrupção do recolhimento
do Ipesp foi decidida pela atual administração, em julho de 96. Alguns funcionários prometem entrar com a ação contra a universidade para rever o direitos.
A folha mensal de pagamento da
Unicamp é de R$ 24 milhões.
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