São Paulo, sexta, 10 de abril de 1998

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SEM LUZ
Cerca de 200 homens trabalham na cidade de Campina da Lagoa para substituir duas torres até domingo
Furnas tem "operação" para consertar torres

JOSÉ MASCHIO
em Campina da Lagoa

A Furnas Centrais Elétricas quer colocar em funcionamento até domingo pelo menos uma das duas linhas de transmissão danificadas pela queda de sete torres.
Para isso, a empresa, com outras duas contratadas, montou uma operação de guerra em Campina da Lagoa (517 km a noroeste de Curitiba). Ontem, 200 homens trabalhavam no desmonte das torres danificadas e no conserto dos cabos de transmissão. Outros 130 eram esperados no final da tarde de ontem na cidade.
O engenheiro João Carlos Ribeiro, 46, coordenador-geral de Furnas na área, disse ontem que, se as "previsões meteorológicas" se confirmarem, o circuito 1 -linha que teve duas torres derrubadas- deverá ser energizado neste domingo.
Segundo ele, está previsto que até o dia 19 o circuito 2 -cinco torres derrubadas no vendaval da madrugada do último dia 7- esteja transmitindo energia elétrica.
As expectativas do engenheiro esbarravam ontem nas condições de acesso ao local onde as torres estavam instaladas. Por causa das chuvas que atingiram a região anteontem, as estradas de terra até o local dos trabalhos estavam ontem cheias de lama, o que impedia o acesso dos caminhões pesados.
"Com sol a estrada teria condições de transporte e metade das dificuldades estariam sanadas", afirmou Ribeiro. O dia foi nublado, apesar de previsão de sol.
As ferragens para a montagem de novas torres chegaram na manhã de ontem a Campina da Lagoa, procedente de Campinas (SP).
Sem acesso à área, as carretas de Furnas eram descarregadas na cidade (distante 8 km do local das quedas das torres) e transportadas em veículos menores. Esse processo tornava o trabalho lento.
Segundo Ribeiro, em condições normais, uma torre pode ser montada e instalada em dois dias. A operação montada por Furnas provocou um aquecimento no setor hoteleiro das cidades vizinhas ao local dos trabalhos.
Ontem, não havia vagas nos hotéis de Roncador, Campina da Lagoa, Altamira do Paraná, Juranda e Ubiratã. Muitos engenheiros e técnicos tiveram que se hospedar em Campo Mourão e Cascavel, distantes mais de 100 km do local.
Motéis da região aproveitaram a escassez de leitos para cobrar até R$ 100 a diária.
William Krick, 44, proprietário do Hotel São Cristovão, em Campina da Lagoa, disse que a falta de hospedagem foi "minimizada em parte pelo feriado de Páscoa". "Mas na próxima semana isso vai ser um caos", disse.
Ele afirmou não ter como hospedar clientes tradicionais que viajam à região para vendas. "Vai ter muito cliente desapontado", disse.



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