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SEM LUZ
Cerca de 200 homens trabalham na cidade de Campina da Lagoa para substituir duas torres até domingo
Furnas tem "operação" para consertar torres
JOSÉ MASCHIO
em Campina da Lagoa
A Furnas Centrais Elétricas quer
colocar em funcionamento até domingo pelo menos uma das duas
linhas de transmissão danificadas
pela queda de sete torres.
Para isso, a empresa, com outras
duas contratadas, montou uma
operação de guerra em Campina
da Lagoa (517 km a noroeste de
Curitiba). Ontem, 200 homens trabalhavam no desmonte das torres
danificadas e no conserto dos cabos de transmissão. Outros 130
eram esperados no final da tarde
de ontem na cidade.
O engenheiro João Carlos Ribeiro, 46, coordenador-geral de Furnas na área, disse ontem que, se as
"previsões meteorológicas" se
confirmarem, o circuito 1 -linha
que teve duas torres derrubadas-
deverá ser energizado neste domingo.
Segundo ele, está previsto que
até o dia 19 o circuito 2 -cinco
torres derrubadas no vendaval da
madrugada do último dia 7- esteja transmitindo energia elétrica.
As expectativas do engenheiro
esbarravam ontem nas condições
de acesso ao local onde as torres
estavam instaladas. Por causa das
chuvas que atingiram a região anteontem, as estradas de terra até o
local dos trabalhos estavam ontem
cheias de lama, o que impedia o
acesso dos caminhões pesados.
"Com sol a estrada teria condições de transporte e metade das dificuldades estariam sanadas", afirmou Ribeiro. O dia foi nublado,
apesar de previsão de sol.
As ferragens para a montagem de
novas torres chegaram na manhã
de ontem a Campina da Lagoa,
procedente de Campinas (SP).
Sem acesso à área, as carretas de
Furnas eram descarregadas na cidade (distante 8 km do local das
quedas das torres) e transportadas
em veículos menores. Esse processo tornava o trabalho lento.
Segundo Ribeiro, em condições
normais, uma torre pode ser montada e instalada em dois dias. A
operação montada por Furnas
provocou um aquecimento no setor hoteleiro das cidades vizinhas
ao local dos trabalhos.
Ontem, não havia vagas nos hotéis de Roncador, Campina da Lagoa, Altamira do Paraná, Juranda
e Ubiratã. Muitos engenheiros e
técnicos tiveram que se hospedar
em Campo Mourão e Cascavel,
distantes mais de 100 km do local.
Motéis da região aproveitaram a
escassez de leitos para cobrar até
R$ 100 a diária.
William Krick, 44, proprietário
do Hotel São Cristovão, em Campina da Lagoa, disse que a falta de
hospedagem foi "minimizada em
parte pelo feriado de Páscoa".
"Mas na próxima semana isso vai
ser um caos", disse.
Ele afirmou não ter como hospedar clientes tradicionais que viajam à região para vendas. "Vai ter
muito cliente desapontado", disse.
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