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Piso é tão impróprio quanto votação, diz arquiteta
DA REPORTAGEM LOCAL
A arquiteta que cuidará da reforma da Paulista, Rosa Grena
Kliass, 70, tem currículo extenso.
Além do projeto da própria avenida, de 1973, Kliass responde pelo
vale do Anhangabaú (centro). Para ela, o piso escolhido na votação
feita pela Associação Paulista Viva é tão inadequado quanto a eleição que o definiu.
(SÉRGIO DURAN)
Folha - O que a sra. acha da polêmica sobre o piso das calçadas?
Rosa Grena Kliass - Essa é uma
falsa polêmica. Os transeuntes
eventuais que passaram pela avenida no dia da votação não eram o
fórum para decisão da escolha do
piso a ser colocado nas calçadas.
A escolha do piso é um dos itens
do projeto de desenho e de responsabilidade do seu autor. Sem
projeto, não havia condição nem
mesmo de abordagem.
Folha - O que a sra. acha de a prefeita ter voltado atrás?
Kliass - A cidade é algo mais do
que um objeto de manipulação
política ou de exercício de poder.
Alertada para o descabido da situação, a prefeita assumiu o seu
papel de autoridade máxima.
Folha - O que há de errado no piso
vencedor?
Kliass - Primeiramente, não se pode considerar ter havido um vencedor desde que consideramos
essa uma votação irregular.
Quanto ao material de piso selecionado pelas 2.600 pessoas que
transitaram pela avenida naquele
dia, é material de ampla gama de
aplicação, que tem sido especificado para muitos projetos, inclusive por nós. Não seria, porém, o
material escolhido para este caso.
Folha - Qual o diagnóstico que a
sra. faz da situação da avenida?
Kliass - As mudanças que ocorreram na avenida nesses 30 anos
implicaram pontos de inadequação do projeto. O remanejamento
poderá recuperar a qualidade
perdida e dotar a avenida novamente das características que a
determinaram como referência
da paisagem urbana.
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