São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2004

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PARALISAÇÃO

Sindicato, que pede maior salário, concurso e melhor condição de trabalho, diz que só casos urgentes serão atendidos

Funcionários da saúde prometem greve hoje em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores estaduais da saúde prometem greve por tempo indeterminado a partir de hoje. Só serão atendidos os casos muito graves e os doentes internados.
Pacientes que não estiverem em situação de emergência ou com cirurgias eletivas (não urgentes) marcadas serão orientados a voltar em outra ocasião, informou o sindicato da categoria, o Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo), vinculado à CUT.
Os funcionários pedem aumento de 30%, novos concursos públicos para aumentar os quadros e jornada semanal de 30 horas. Segundo o Sindsaúde, os funcionários estão sobrecarregados e trabalham em más condições.
A categoria reúne, no Estado, 92,5 mil trabalhadores. Contabilizando institutos, hospitais de médio e grande porte, há 47 unidades que poderão ter paralisações parciais a partir de hoje.
Num primeiro momento, o Instituto Adolfo Lutz não deve participar, mas o sindicato afirma esperar convencer seus trabalhadores a aderirem também.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que não pode conceder por enquanto o reajuste por causa da Lei de Responsabilidade Fiscal. Aumentos só poderão voltar a ser discutidos após uma reavaliação dos limites impostos pela lei, o que ocorre em 20 de maio.
A mudança da jornada, informou a secretaria, prejudicaria o funcionamento das unidades. Sobre a reivindicação de concurso público, a pasta apontou que já realizou um em setembro do ano passado, com a abertura de vagas para 32 áreas.
Com essa greve da saúde, repete-se um cenário já conhecido de todas as partes. Os trabalhadores permanecerão em seus postos, revezando-se para o atendimento de urgências e a manutenção de equipamentos essenciais.
Garantido o atendimento essencial, como obriga a lei, o Estado, por sua vez, pode "segurar" a greve por tempo indeterminado.
Nos balanços diários, o Estado dirá que quase todos os hospitais estão funcionando normalmente, e o sindicato dirá que a maioria está parada. A população é quem pagará, já que os casos não urgentes irão se acumulando.
"Isso só comprova que o governo trata a saúde e a população com desprezo", disse Célia Regina Costa, presidente do Sindsaúde.


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