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PARALISAÇÃO
Sindicato, que pede maior salário, concurso e melhor condição de trabalho, diz que só casos urgentes serão atendidos
Funcionários da saúde prometem greve hoje em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Os trabalhadores estaduais da
saúde prometem greve por tempo
indeterminado a partir de hoje. Só
serão atendidos os casos muito
graves e os doentes internados.
Pacientes que não estiverem em
situação de emergência ou com
cirurgias eletivas (não urgentes)
marcadas serão orientados a voltar em outra ocasião, informou o
sindicato da categoria, o Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores
Públicos da Saúde no Estado de
São Paulo), vinculado à CUT.
Os funcionários pedem aumento de 30%, novos concursos públicos para aumentar os quadros
e jornada semanal de 30 horas. Segundo o Sindsaúde, os funcionários estão sobrecarregados e trabalham em más condições.
A categoria reúne, no Estado,
92,5 mil trabalhadores. Contabilizando institutos, hospitais de médio e grande porte, há 47 unidades
que poderão ter paralisações parciais a partir de hoje.
Num primeiro momento, o Instituto Adolfo Lutz não deve participar, mas o sindicato afirma esperar convencer seus trabalhadores a aderirem também.
A Secretaria de Estado da Saúde
informou que não pode conceder
por enquanto o reajuste por causa
da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Aumentos só poderão voltar a ser
discutidos após uma reavaliação
dos limites impostos pela lei, o
que ocorre em 20 de maio.
A mudança da jornada, informou a secretaria, prejudicaria o
funcionamento das unidades. Sobre a reivindicação de concurso
público, a pasta apontou que já
realizou um em setembro do ano
passado, com a abertura de vagas
para 32 áreas.
Com essa greve da saúde, repete-se um cenário já conhecido de
todas as partes. Os trabalhadores
permanecerão em seus postos, revezando-se para o atendimento
de urgências e a manutenção de
equipamentos essenciais.
Garantido o atendimento essencial, como obriga a lei, o Estado, por sua vez, pode "segurar" a
greve por tempo indeterminado.
Nos balanços diários, o Estado
dirá que quase todos os hospitais
estão funcionando normalmente,
e o sindicato dirá que a maioria
está parada. A população é quem
pagará, já que os casos não urgentes irão se acumulando.
"Isso só comprova que o governo trata a saúde e a população
com desprezo", disse Célia Regina
Costa, presidente do Sindsaúde.
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