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Tropa de elite vai encontrar pelo menos 24 zonas de confrontos
DA SUCURSAL DO RIO
As tropas do Exército que voltarão às ruas do Rio nesta semana
encontrarão uma cidade que tem
hoje, pelo menos, 24 zonas conflagradas. São áreas de todas as regiões da capital, nas quais confrontos entre quadrilhas rivais de
traficantes ou tiroteios com a polícia acontecem freqüentemente.
Atualmente, a área mais problemática é a favela da Rocinha, em
São Conrado (zona sul), que foi
alvo de uma tentativa de invasão
por uma quadrilha de traficantes
rivais na Semana Santa. Desde então, 14 pessoas morreram.
Mesmo com a Rocinha ocupada
pela polícia, os moradores continuam temendo uma nova guerra,
porque o chefe da tentativa de invasão, o traficante Eduíno Eustáquio de Araújo Filho, o Dudu,
continua foragido e conta com o
apoio de toda a facção criminosa
CV (Comando Vermelho) para
retomar o controle da Rocinha, o
maior entreposto de drogas do
Rio. A ADA (Amigo dos Amigos)
e o TCP (Terceiro Comando Puro) também cobiçam a favela.
A situação é tensa no complexo
de favelas do Dendê (Ilha do Governador, zona norte). Há duas
semanas, a polícia prendeu quatro traficantes vinculados à ADA
que planejavam invadir o Dendê,
onde o tráfico é dominado pelo
grupo TCP. A ADA não desistiu
de retomar o controle da favela.
Outra região conflagrada é entre
os bairros do Rio Comprido, Catumbi e Estácio, todos na zona
central, onde há oito favelas divididas entre ADA e CV.
A guerra se acirrou no final de
março, quando o traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, do
ADA, que controla os morros de
São Carlos e Querosene, tomou o
morro do Zinco do CV. Desde então, o CV tenta se vingar.
O complexo de favelas da Maré
(Bonsucesso, zona norte) também enfrenta confrontos constantes. Só nesta semana, cinco supostos traficantes foram mortos
pela PM (Polícia Militar) no local.
A Maré tem 17 favelas, nas quais
atuam traficantes das três principais facções criminosas do Rio. A
principal rivalidade é entre as
quadrilhas da ADA que atuam
nas favelas Vila do João e Vila do
Pinheiro e as do TCP que atuam
no Timbau e na Baixa do Sapateiro. Os tiroteios são freqüentes.
Os confrontos na Maré costumam trazer problemas a motoristas que trafegam pela avenida
Brasil e pelas linhas Amarela e
Vermelha. A violência também
tem assustado quem passa pela
rua Leopoldo Bulhões, em Manguinhos (zona norte), conhecida
como "faixa de Gaza". A via é cercada de favelas, e os traficantes
costumam atacar carros policiais
e fechar as pistas em falsas blitze.
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