DO "AGORA"

O tenente reformado da Aeronáutica Walter Hércules Marigo, 65, síndico do edifício Conde de Resende, em Moema (zona sul de São Paulo), foi morto com dois tiros ontem pela manhã dentro da garagem do prédio.
Com a promessa de "moralizar" o condomínio de 23 andares e 180 apartamentos e também de promover uma devassa nas contas da gestão anterior, Marigo havia assumido o cargo de síndico no dia 19 de abril, quando seu antecessor pediu afastamento.
Ele foi atingido com um tiro na cabeça e outro no peito e foi achado, por volta das 7h, por um morador ao lado de seu carro, um Monza. Uma mochila e roupas de Marigo estavam no carro, que estava com o porta-malas aberto.
Para os investigadores do DHPP (departamento de homicídios da polícia), Marigo foi vítima de alguma pessoa que conhecia a rotina do prédio e também a da vítima, pois o atacou na saída para sua corrida diária.
Dois moradores disseram ter ouvido os tiros que mataram Marigo, mas o porteiro que avisou o zelador, Cícero Francelino da Silva, 44, sobre o encontro do corpo afirma não ter ouvido nada.
Por enquanto, não há suspeita de que tenha havido roubo seguido de morte (latrocínio).
Na noite de ontem, o delegado Humberto Toledo Neder esteve buscando pistas na garagem do prédio e também no apartamento onde Marigo vivia sozinho. As escadas que dão acesso à garagem foram vistoriadas.
A entrada da garagem onde Marigo foi morto é pela alameda dos Arapanés; já os pedestres têm acesso ao prédio pela portaria da avenida Jacutinga. Ninguém estranho foi visto entrando ou deixando o local momentos antes ou depois do crime. Para a polícia, essa é mais uma evidência de que o assassino não saiu do local.
O prédio conta com sistema de câmeras e cercas eletrificadas. Apenas parte das câmeras funcionava no momento do crime e os homens do DHPP buscam pistas nas imagens. (ANDRÉ CARAMANTE)