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Câmara promulga pacote de benesses a vereador de SP
Parlamentar poderá usar livremente verba de R$ 12,5 mil para despesas de gabinete
O prefeito de São Paulo,
Gilberto Kassab, optou por
não sancionar nem vetar a
matéria a fim de evitar
desgaste com a Câmara
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da Câmara de
São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues (PR), promulgou
(transformou em lei) ontem o
projeto que prevê uma série de
benesses aos vereadores, como
o uso livre de R$ 12,5 mil para
manutenção dos gabinetes.
Hoje, a verba para essas despesas, de até R$ 10 mil por mês, é
controlada pela Câmara.
O projeto foi promulgado por
Rodrigues porque o prefeito
paulistano, Gilberto Kassab
(DEM, ex-PFL), para evitar
desgastes na relação com a Câmara, optou por não sancionar
nem vetar a matéria.
A regulamentação da lei, porém, elimina a possibilidade de
gastar dinheiro público para
manter escritórios políticos
nas bases eleitorais nos bairros,
um dos itens mais polêmicos.
Rodrigues deixou a Câmara
no início da tarde para receber
o papa Bento 16 e, segundo sua
assessoria, não poderia comentar a sanção do projeto ontem.
""A Mesa [Diretora] já havia
se posicionado contra isso
[bancar os escritórios]. Não
adianta o vereador tentar justificar gasto com escritório que
não vai passar", afirmou o vice-presidente da Câmara, Adilson
Amadeu (PTB).
Apesar das restrições de despesas como aluguel, energia e
telefone, nada impede que o vereador use a verba de gabinete
para comprar materiais para
usar em seu escritório político.
Basta apresentar a nota de
compra para legalizar o gasto.
A partir de agora, além de
despesas de manutenção, os vereadores poderão usar parte da
verba para contratar serviços
de consultores, como advogados e engenheiros, como ocorre
no Congresso e na Assembléia.
A lei permite manter com
verba pública páginas pessoais
dos vereadores na internet, organizar seminários na Câmara,
pagar cursos para assessores e
também alugar equipamentos.
Os vereadores têm salários
de R$ 7.155 por mês e podem
manter até 18 assessores, que
ganham até R$ 6.700. Parte dos
assessores poderá trabalhar
nos escritórios políticos.
Concurso
O projeto permite ainda a
abertura de concurso público
para contratar 196 funcionários para a Câmara. Ontem à
tarde, a Mesa ainda discutia como se dará o concurso.
Os assessores também foram
beneficiados pelo projeto -eles
terão um adicional de R$ 1.200
para trabalhar, em seu próprio
horário de trabalho, nas comissões da Casa.
Além disso, a lei abre brechas
para que os funcionários de
mais alto escalão recebam salários acima do teto do funcionalismo municipal, através da incorporações de gratificações
que não se aplicarão ao limite
máximo de vencimentos.
A partir da sanção do projeto,
que será publicado hoje no
""Diário Oficial" do Município,
o Ministério Público, segundo a
assessoria do órgão, abrirá uma
investigação preliminar para
avaliar se há violação a leis.
Há dois focos principais para
uma eventual investigação: a
incorporação de gratificações
por assessores e as despesas
com os gabinetes.
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