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Ponte terá ângulo de 60º, o maior entre as estaiadas
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A ponte Octavio Frias de Oliveira pode se tornar um dos
cartões-postais da cidade não
só por suas luzes mutantes,
mas por quatro aspectos de engenharia que a fazem única. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Catão Francisco
Ribeiro, o ângulo de 60º, que
faz com que a travessia ocorra
em curva, é o maior entre as estaiadas do mundo, que costumam ter de 10º a 15º.
Outro aspecto inédito é o formato do mastro, o "x" central
que sustenta os estais -estai é
um termo náutico que denomina o cabo que segura a vela de
um barco. Nascido de uma necessidade de engenharia, a forma foi aproveitada pelo arquiteto João Valente para marcar
o visual da ponte.
A sobreposição de duas plataformas estaiadas também
nunca havia sido feita. "Essa
[ponte] foi complicadíssima do
ponto de vista geométrico, porque os cabos não poderiam cruzar uns com os outros", diz um
dos maiores especialistas brasileiros no assunto, Augusto Carlos de Vasconcelos, da Divisão
de Estrutura do Instituto de
Engenharia e autor de "Pontes
brasileiras: Viadutos e Passarelas Notáveis" (ed. Pini).
De acordo com Ribeiro, a
execução foi como um bordado.
As pontes sobrepostas tinham
de ser construídas simultaneamente, para que uma contrabalanceasse a outra.
Por conta disso, o processo
de construção também foi único: não era possível usar o rio
nem as marginais para fazer o
escoramento. Assim, a evolução das duas pontes ocorreu ao
mesmo tempo.
Segundo Vasconcelos, as
pontes estaiadas são uma evolução das pontes pênseis (ou
suspensas), e a possibilidade de
serem construídas parte por
parte permite que a obra seja
mais rápida e econômica.
"É muito mais difícil de ser
calculada, mas, por outro lado,
muito mais fácil de ser concluída", afirmou ele.
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