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Intervenção urbana agita o mercado imobiliário
Prefeitura quer revitalizar toda orla
ferroviária entre as zonas sul e oeste
Até agora, única obra a sair
do papel foi a do largo da Batata, em Pinheiros, onde
serão construídos prédios
comerciais e residenciais
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo tem nove áreas onde a prefeitura pretende fazer
intervenções urbanas para
"mudar a cara" da região.
Prazos? Não há. Projetos? Há
poucos. Obras? Só em um lugar.
Mesmo assim, o mercado
imobiliário já se agita com a
possibilidade de participar da
revitalização de tantos lugares.
"Precisamos construir 30 mil
a 40 mil unidades por ano. É o
que o mercado pede. Se a gente
puder construir em locais bem
estruturados, planejados, onde
as pessoas queiram morar, melhor", disse João Crestana, presidente do Secovi (sindicato do
setor imobiliário).
Isso já está ocorrendo em Pinheiros (zona oeste), na área do
largo da Batata. As obras de revitalização estão em fase final e
o mercado na região está muito
aquecido -nove quarteirões na
área já estão sendo comprados
por construtoras para serem
transformados em prédios residenciais e comerciais.
É a única dessas nove áreas
onde já está ocorrendo alguma
mudança urbana importante.
Na região da av. Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) a
prefeitura pretende construir
um parque que vai revitalizar
uma área de favelas. Por baixo
do parque passará um túnel
que vai ligar a avenida à rodovia
dos Imigrantes. A obra já está
em licitação.
O próximo foco do governo é
a área da cracolândia, no centro. Rebatizada de Nova Luz, a
região vai ganhar um projeto
urbanístico até o ano que vem.
A nome da empresa que vai fazer a obra será conhecido provavelmente nesta semana. O
consórcio favorito tem a participação da Cia. City, que construiu também a City Lapa.
Na semana passada, a prefeitura lançou três novas operações urbanas que pretendem
revitalizar toda a orla ferroviária entre as zonas oeste e sul
passando pelo Brás e Mooca e a
área da avenida Jacu-Pêssego,
em Itaquera.
Também está em andamento
um projeto para a ocupação ordenada da Vila Sônia (zona oeste), onde haverá uma estação
da linha 4 amarela do metrô.
Para o centro, a prefeitura
pretende recuperar prédios antigos para servirem de moradia
popular.
E na zona norte há o projeto
de construção do que seria "o
maior centro de convenções do
mundo", em Pirituba, também
um projeto de grande impacto
urbanístico que, se sair do papel, vai atrair empresas e moradores para a área.
E não é muita coisa? Questionado sobre isso, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) saiu-se
com uma brincadeira: "É um
prefeito engenheiro".
Ao falar sério, Kassab disse
que "tudo ao seu tempo", mas
que a próxima intervenção importante será na Nova Luz e,
em seguida, nas áreas das operações urbanas Lapa-Brás,
Mooca-Vila Carioca e Rio Verde-Jacu, anunciadas na semana passada.
"As três operações urbanas
apresentadas, independente de
qualquer outra ação na cidade,
são áreas de fundamental importância, áreas muito deterioradas", disse Kassab.
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