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Detentos de 40 prisões mantêm "boicote"
Desde quarta-feira, presos ligados ao PCC se recusam a ir a fóruns e realizar atividades como limpeza e banho de sol
As versões para protesto vão de isolamento de líderes da facção à cor dos uniformes; governo do Estado ainda não explicou os motivos
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
A "rebelião branca" iniciada
quarta-feira por presidiários ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) continuou
ontem em pelo menos 40 das
144 unidades prisionais do Estado. Detentos ligados à facção,
sendo eles "irmãos" (membros
efetivos) ou "primos" (simpatizantes), se recusam a fazer atividades rotineiras. Um dos boicotes mais fortes tem sido a recusa em deixar os presídios para responder a processos em fóruns de todo o Estado.
Os presos também têm se recusado a trabalhar nas oficinas
das penitenciárias, a receber
encomendas pelo Correio, a
sair para o banho de sol e, em
alguns casos, até a jogar futebol
e fazer a limpeza das unidades.
Existem várias versões para o
motivo do protesto. Uma seria
pressionar o governo a suspender o isolamento de integrantes
da facção nos presídios de Presidente Venceslau e de Presidente Bernardes.
Outra é sobre, na semana
passada, outros líderes da facção terem sido levados para
Presidente Bernardes, onde ficarão em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). Também
se fala em problemas com a cor
do uniforme dos presos (que
querem cáqui no lugar de amarelo) e até que, às vésperas da
Copa do Mundo, TVs foram retiradas de algumas unidades.
Em nota, o procurador-geral
de Justiça de São Paulo, Rodrigo Pinho, informou que "a recusa do preso em comparecer
às audiências configura falta
grave prevista na Lei de Execução Penal".
Sob a condição de anonimato, um funcionário da penitenciária 1 de Tremembé, uma das
atingidas pela "rebelião branca", disse que o movimento tem
como objetivo mostrar solidariedade aos integrantes isolados e pressionar o governo a
voltar atrás na decisão.
No início da noite, a Folha
pediu ao secretário da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, que explicasse oficialmente os motivos
do protesto, mas isso não ocorreu até a conclusão da edição. A
expectativa é que o boicote seja
suspenso no fim de semana
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