São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

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Serra diz que reitora chamou a PM; ela não comenta ocupação

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que a presença da Polícia Militar no campus da USP atendia a um pedido da reitoria da universidade, feito por intermédio da Justiça.
"A questão é a seguinte: o governo está cumprindo ordem judicial. A reitora pediu segurança e o governo não tem outra alternativa senão cumprir a ordem judicial, dada por um juiz", afirmou Serra.
As declarações do governador foram dadas na tarde de ontem, na Vila Mariana (zona sul de São Paulo), antes da notícia do confronto entre manifestantes e policiais no campus.
Nesse evento, a inauguração de um ambulatório médico, havia um pequeno grupo de manifestantes com faixas pedindo a saída dos policiais do campus. "Serra: fora PM. Nova repressão da USP", dizia uma das faixas, segurada por dois dos quatro manifestantes.
Após o conflito, a reportagem procurou a assessoria de imprensa do Palácio dos Bandeirantes para que o governador voltasse a se manifestar.
O governo respondeu com uma mensagem do secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, que praticamente repetia as declarações do governador.
"A PM cumpriu ordem judicial, requisitada pela reitora, para manter o livre acesso das dependências da universidade à grande maioria das pessoas que querem estudar, trabalhar e ensinar", diz a mensagem.
A reitora Suely Vilela foi novamente procurada ontem para comentar a confronto, mas ela não atendeu a reportagem.
Ela informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que preparava uma nota sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição essa mensagem não havia sido encaminhada.
A Folha tenta desde o último dia 2 uma entrevista com a reitora, mas não obteve sucesso. Foram feitos ao menos dez pedidos, todos eles negados.
Na última sexta-feira, por orientação da assessoria de imprensa da reitoria, a reportagem encaminhou um e-mail com 13 questões que seriam repassadas à reitora.
Entre os questionamentos, a Folha solicitou os argumentos da reitora sobre a necessidade da força policial no campus. Também questionou sobre a possibilidade da reabertura de negociações com os grevistas. Até o fechamento desta edição, esse questionário ainda não havia sido respondido.
Desde a semana passada, a reitora só se manifesta por meio de notas.
Durante a ocupação da reitoria em 2007, a reitora chegou a dar entrevista sobre o assunto, mas, depois, deixou de atender a imprensa.


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