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16 corpos do Airbus chegam a Noronha
Começa o processo de identificação da primeira leva de vítimas resgatadas; total de corpos encontrados já chega a 41
Militares mantêm 825 homens nas buscas; a partir de hoje, as equipes vão vasculhar parte da área controlada pelo Senegal
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FERNANDO DE
NORONHA
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Os 16 primeiros corpos de
ocupantes do voo AF 447 resgatados por Marinha e Aeronáutica chegaram ontem de manhã
a Fernando de Noronha (PE),
dando início ao procedimento
de reconhecimento. Mais 25
(17 deles recolhidos ontem) estão em outro navio militar, já a
caminho do arquipélago.
As 16 vítimas foram transportadas pela fragata Constituição, que ancorou a 55 km do
arquipélago. Dois helicópteros
da FAB voaram até o navio e
içaram os corpos, um a um.
Chovia forte na região, e uma
das aeronaves só conseguiu
pousar às 12h, cerca de duas horas após a chegada do primeiro
aparelho. Em terra, duas equipes de militares, com máscaras
e aventais, revezaram-se para
retirar os corpos dos helicópteros. As vítimas foram colocadas
em um contêiner refrigerado,
com temperatura média de
-18C.
Apesar de instalados a 200
metros do saguão do aeroporto,
passageiros de voos comerciais
que desembarcaram ontem à
tarde em Noronha relataram
ter sentido o odor dos corpos.
"Desci do avião e logo senti
aquele cheiro forte. Presumi
que tinha alguma coisa a ver
com o acidente", disse o advogado Cláudio Falcone, 46.
Em Noronha, os corpos passaram por uma pré-identificação. Eles serão enviados hoje a
Recife em um avião Hércules
C-130 da Aeronáutica.
Peritos das polícias Federal e
Científica de Pernambuco começaram numerando os corpos, coletando material genético e digitais e fotografando roupas e objetos pessoais.
O material genético será enviado ao Instituto Nacional de
Criminalística, em Brasília. As
fotos dos objetos serão mostradas aos parentes. Em Recife, os
corpos serão examinados no
IML e, depois de identificados,
entregues às famílias.
Marinha e Aeronáutica mantêm 825 homens na área de
buscas, a 1.350 km de Recife. Os
trabalhos se concentram numa
área a 70 km do ponto onde o
Airbus com 228 pessoas a bordo emitiu o último sinal no dia
31, indicando pane elétrica.
Com a mudança das correntes marítimas, as equipes de
busca vão, a partir de hoje, vasculhar também parte da área
sob controle do Senegal, que já
deu autorização para isso.
Não há previsão de prazo para o fim das operações.
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