São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Alckmin diz que Eletropaulo falha quando há emergência

Para governador, ela não tem "condições mínimas" de atender em dia de chuva

2 dias após vendaval, milhares de pessoas sofriam falta de energia e água; Eletropaulo não quis comentar críticas


EDUARDO GERAQUE
DANIELA LIMA

DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou ontem que a Eletropaulo, concessionária que fornece energia a 6,1 milhões de clientes em 24 cidades de SP, não tem "condições mínimas" de atendimento em situações climáticas adversas.
"O que está claro é que ela não tem as condições de operar com segurança quando tem chuva, tempestade", disse o governador.
A distribuidora, que já pertenceu ao governo paulista, foi privatizada entre 1998 e 1999, durante o governo Mario Covas, também do PSDB.
Dois dias após um vendaval atingir boa parte do Estado, milhares de consumidores ainda enfrentavam ontem falta de energia e água.
Às escuras, Rosimaire de Oliveira, 45, estava apreensiva. "Espero que meu neto não fique doente com este frio todo", disse. Ela mora com o neto de cinco meses em Cotia. A casa estava sem luz desde as 13h de terça.
Sem luz em suas estações de bombeamento, a Sabesp deixou 570 mil pessoas sem água até ontem pela manhã.
Moradores de bairros na capital ou de cidades como Osasco, Vargem Grande, Cotia, Barueri, Itapevi, Mauá, Ribeirão Pires e Itapecerica da Serra passaram praticamente dois dias sem luz.
"É óbvio que ela [a Eletropaulo] não tem as condições mínimas de atendimento rápido ao usuário. E, ao mesmo tempo, de se prevenir de problemas como tempestade e vento, que todo mundo sabe que ocorre", disse Alckmin.
Procurada, a AES Eletropaulo não quis comentar.

FISCALIZAÇÃO
As críticas à Eletropaulo não são novidade. Em fevereiro de 2010, o Estado considerou "inaceitável" a demora em restabelecer a energia após um apagão.
Na época, o Procon multou a empresa em R$ 3 milhões. No total, o órgão já aplicou R$ 18 milhões em multas, mas apenas R$ 3,5 milhões foram pagos.
Além do Procon, a Arsesp, Agência Reguladora de Saneamento e Energia, da Secretaria de Saneamento e Energia do Estado, fiscaliza a empresa -tarefa delegada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
A agência estadual não soube informar, até a conclusão desta edição, o número de fiscais nem as punições que já aplicou à Eletropaulo.
Alckmin disse que pediu à Aneel o aumento do número de fiscais para a Arsesp. "A concessionária vai ter que indenizar pessoas pelo prejuízo", disse. O último reajuste da tarifa da Eletropaulo, de 1,03%, foi feito em 2010 e vigora até o dia 3 de julho.


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