São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Governo do Rio antecipa aumento para bombeiros

Governador Sérgio Cabral cede e recria a Secretaria de Defesa Civil, atendendo a reivindicação da corporação

Novo secretário chama medidas de "recado por volta à normalidade'; manifestantes insistem na libertação de presos


Alex Ribeiro/Folhapress
Bombeiros se manifestam na chegada do Vasco ao Rio após conquista da Copa do Brasil

RODRIGO RÖTZSCH
FABIO GRELLET

DO RIO

O governo do Rio fez duas concessões ontem aos bombeiros ao recriar a Secretaria de Defesa Civil e antecipar para julho um aumento de 5,58% que previa dar, escalonadamente, até o fim do ano.
As medidas, na prática, significam que o governador Sérgio Cabral (PMDB) começou a ceder aos bombeiros, a que chamara de "vândalos e irresponsáveis" após a invasão do Quartel Central na última sexta. Cabral afirmara que não havia qualquer possibilidade de negociação.
O novo secretário da Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, Sérgio Simões, disse que as medidas são "um recado para que a corporação volte à normalidade".
O aumento salarial beneficia também os policiais civis e militares e os agentes penitenciários do Estado.
Os bombeiros que estão acampados nas escadarias da Assembleia Legislativa desde sábado insistem que só suspenderão a mobilização quando os 439 presos forem libertados.
"Esse reajuste não é condizente com o salário que reivindicamos, de R$ 2.000 líquidos. Mas agora nosso foco é a libertação dos presos", disse Cristiane Daciolo, 37, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes do movimento e que está preso.
Ontem, um grupo de 27 deputados estaduais apresentou proposta de anistia aos bombeiros detidos. Se aprovado, o texto precisará ser sancionado por Cabral.
Simões insistiu que o governo não pode fazer nada para soltar os bombeiros e que a decisão cabe à Justiça Militar, que já negou um pedido de habeas corpus e outro de relaxamento de prisão.
O coronel Simões já se reuniu com líderes do movimento, e a retirada do Corpo de Bombeiros da esfera da Secretaria de Saúde era uma das reivindicações da tropa.
Anteontem, a Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros aumentou de R$ 2.000 para R$ 2.900 o pedido de aumento do piso salarial. Representantes dos bombeiros afirmaram ontem que não reconhecem a associação como entidade capaz de negociar com o governo.
Com os 5,58%, o salário mais baixo da categoria, irá para R$ 1.265, diz Simões.


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