|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Achado túnel em presídio onde estão condenados por furto ao BC
Buraco é semelhante ao que foi utilizado em 2005 para levar R$ 164,7 mi do banco, em Fortaleza
A passagem subterrânea de 51 metros ligava uma casa abandonada à prisão, tinha luz e ventilação e estava a 2 metros de profundidade
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
As polícias Militar e Civil do
Ceará impediram na manhã de
anteontem uma fuga em massa
do Instituto Penal Presídio
Olavo Oliveira, em Itaitinga
(região metropolitana de Fortaleza), por um túnel de 51 metros escavado a partir de uma
casa abandonada.
Segundo denúncia anônima,
o túnel, semelhante ao usado
no maior furto da história do
país -R$ 164,7 milhões levados
em agosto de 2005 do Banco
Central em Fortaleza-, tinha o
objetivo de libertar cinco condenados por envolvimento no
mesmo crime.
A passagem subterrânea já tinha cruzado o muro e avançado
dentro do presídio. Contava
com luz, ventilação e até ar-condicionado -tudo igual ao
túnel do furto ao BC.
A escavação estava a dois metros de profundidade. Faltava
apenas subir até o piso do presídio, que tem capacidade para
500 presos. Há 140 presos na
ala onde o túnel terminaria.
A casa de onde partia a escavação fica a 17 metros do muro
da cadeia, em área invadida.
Um homem foi preso no local,
mas não disse nada à polícia.
"Aparentemente parece ter sido alguém contratado para escavar, não demonstra ser quem
financiou tudo. E, com medo de
morrer, não disse nada", afirmou o delegado Jacob Stevenson, que investiga o caso.
A estimativa da polícia é que
o túnel estivesse sendo escavado havia pelo menos um mês.
Na casa havia mantimentos, geladeira, roupas e ligações clandestinas de energia elétrica e
água. Stevenson calcula que pelo menos R$ 10 mil tenham sido investidos na escavação.
Dos cinco condenados que
cumprem pena no local por envolvimento no furto ao BC, o
secretário da Justiça, Marcos
Cals, informou o nome de quatro: Marcos de França, Antônio
Edimar Bezerra, Davi Silvano e
Deusimar Neves Queiroz.
Os quatro foram condenados
pela Justiça Federal -os dois
primeiros a 53 anos de prisão e
os dois últimos, a 47 anos. Também terão de pagar multas que,
somadas com as dos outros sete
condenados, chegam a R$ 33,2
milhões. Eles podem recorrer.
Deusimar é um ex-vigilante
que já trabalhou no BC e que foi
acusado de vender informações
à quadrilha. Os outros foram
presos por participar das escavações e por esconder R$ 12,2
milhões em uma casa.
A denúncia anônima dizia
que a fuga ocorreria na noite de
domingo e que seria feita para
beneficiar os envolvidos no furto ao BC. O delegado Stevenson
disse que quer ouvir os presos.
O secretário da Justiça disse
que vai tentar desalojar a área
invadida o quanto antes, para
mantê-la como um terreno de
segurança. O túnel deve ser fechado com concreto.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Turista é morto por jovem em Praia Grande Índice
|