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DE VOLTA AO LAR
Eles passaram dificuldades no Japão e retornaram com ajuda de empresas
Chegam ao país dekasseguis "resgatados'
RICARDO ZORZETTO
da Reportagem Local
Ontem pela manhã, chegaram
ao país os primeiros dekasseguis
(brasileiros que foram para o Japão em busca de emprego) auxiliados por uma operação montada
por duas empresas e uma associação brasileira. Essa ação está ajudando dekasseguis em dificuldade
a voltar ao Brasil.
Às 7h45, Minoru Kubota, 56, Júlia Kubota, 51, e Luciana Shigahara desembarcaram no aeroporto
de Cumbica, em Guarulhos, do
vôo 895 da Vasp, proveniente de
Osaka, no Japão.
A operação de resgate teria sido
promovida Asibras (Associação
do Imigrante no Brasil), pela Vasp
e pela Nipomed (empresa de serviços de saúde).
A
Folha entrou em contato com
a Nipomed e a Vasp ontem, mas
não encontrou ninguém da administração ou da assessoria das empresas para confirmar a operação.
Simone Kubota, filha do casal
que chegou ontem a São Paulo,
confirmou que as passagens aéreas de seus pais foram pagas pela
Vasp e que a Nipomed ofereceu
assistência médica gratuita a seu
pai, que está doente.
Minoru Kubota foi internado
ontem mesmo no Hospital São
Paulo devido a problemas de saúde. Até o final da tarde, Simone
não sabia informar o estado do
pai. Ela disse apenas que ele estava
passando por exames.
Segundo Simone, seus pais, seu
irmão e um primo foram para o
Japão em março em busca de emprego. Os quatro moravam juntos
na cidade de Hamamatsu.
Depois de passar cerca de um
mês e meio desempregado, Minoru conseguiu trabalho em uma fábrica de rodas para carros.
No início de junho, ele adoeceu e
teve de ser internado em um hospital particular da cidade, pois não
possuía seguro-saúde.
Simone disse que a situação por
que os seus pais passaram foi bastante complicada. Eles haviam pedido dinheiro emprestado a parentes para viajar.
Como ficou internado por um
mês, Minoru acabou desempregado. Para piorar a situação, Júlia
também foi despedida após os primeiros dias de internação do marido, por ter de faltar no emprego
para visitá-lo.
O irmão de Simone, Luciano,
havia saído da empresa em que
trabalhava e só conseguia serviço
por poucos dias.
Para pagar os gastos do hospital,
a família recorreu à prefeitura da
cidade e a parentes que moram no
Japão. De acordo com Simone, os
pais tomaram a decisão de voltar
ao Brasil por ter mais opções de
tratamento para seu pai e por não
haver a barreira da língua.
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