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ADMINISTRAÇÃO
Servidores e mediador dizem que a prefeitura recuou em sua proposta de reajuste dos salários; secretária nega
Impasse ameaça negociações salariais
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três meses, as negociações salariais entre a administração e os servidores chegaram a
um impasse. As discussões sobre
os índices de aumento devido à
data-base da categoria, em 1º de
maio, podem voltar à estaca zero,
há risco de paralisações e o novo
sistema criado para as duas partes
negociarem pode ser dissolvido.
Motivo: o mediador das negociações e a federação de entidades
dos servidores sustentam que a
prefeitura recuou anteontem da
proposta de reajustar os salários
dos servidores em 7,41%, em três
parcelas anuais -2% retroativo a
maio, 2,62% em janeiro de 2003,
mais 2,62% em janeiro de 2004.
Para os servidores municipais
que ganham até três salários mínimos, haveria ainda R$ 300 de
abono, em três parcelas.
Segundo a federação das entidades e o mediador, o advogado
Douglas Gerson Braga, o recuo teria acontecido no dia em que os
sindicatos se reuniram para assinar o acordo. O governo, apesar
de falar em nova situação econômica por ter registrado queda de
arrecadação, nega.
"Nós não retiramos a proposta
de índice [os 7,41%", mas acontece que eles [os servidores" não
concordam com a proposta econômica. Então, eles não querem
essa proposta", afirmou a secretária Helena Kerr (Gestão Pública).
Segundo ela, como não há acordo, um projeto que será enviado
ao Legislativo vai prever apenas o
reajuste de 2% e o abono. Antes, o
governo tinha anunciado que os
aumentos de 2003 e 2004 constariam do projeto, independentemente de o acordo ser assinado
com o funcionalismo.
"E isso é ou não recuar da proposta, meu Deus do céu? Eles disseram que isso aí [a correção em
2003 e em 2004" eles não vão sustentar mais, pois não têm como
pagar", disse Berenice Gazoni,
presidente da federação.
O mediador das negociações,
que exerce o cargo como voluntário e foi aceito pelas duas partes,
endossa a declaração da sindicalista. "Há um recuo, e o governo
está querendo disfarçar."
Braga disse que na próxima semana discutirá a questão com o
governo e os sindicatos e, dependendo da situação, poderá defender a dissolução do sistema permanente de negociação, que prevê participação da sociedade.
"Acho que há uma quebra do
preceito fundamental de negociação, que é boa fé, e o da credibilidade do sistema", afirmou.
Na próxima semana, as entidades também discutirão a posição
dos sindicatos quanto às negociações. No total, há 168 mil servidores na prefeitura, que tem um gasto médio de R$ 258 milhões por
mês com folha de pagamento.
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