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USP
Cronograma depende da volta dos alunos às salas de aulas
Ano letivo na FFLCH deve acabar somente em fevereiro de 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
Caso as aulas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) recomecem mesmo na próxima segunda-feira, como querem os professores da unidade, o ano letivo de 2002 só acabará em fevereiro de 2003.
Uma sugestão de novo calendário, aprovada anteontem pela congregação da faculdade (que reúne docentes, funcionários e alunos), determina o fim do primeiro semestre de 2002 no dia 28
de setembro, o reinício das aulas
no dia 7 de outubro e o término
do segundo semestre letivo deste
ano no dia 1º de fevereiro -havendo um recesso para as festas
de fim de ano entre os dias 23 de
dezembro e 5 de janeiro.
Segundo Anna Maria Coelho
Silva de Campos, titular da Assistência Acadêmica da FFLCH, cada curso poderá, entretanto, elaborar seu próprio esquema de reposição de aulas, de acordo com a
data em que os alunos entraram
em greve. Os estudantes de letras
foram os primeiros a parar, em 29
de abril. No dia 2 de maio, os demais cursos aderiram ao movimento, que completa 101 dias.
Os professores de ciências sociais divulgaram ontem um calendário próprio, prevendo o fim
do primeiro semestre de 2002 no
dia 20 de setembro. O segundo semestre iria do dia 30 de setembro
até 24 de janeiro de 2003, também
com uma pausa entre o Natal e o
Réveillon. História ainda não definiu o plano de reposição; os demais cursos da faculdade (geografia, filosofia e letras) deverão adotar a orientação da congregação.
Expectativa
Toda a programação depende,
porém, do que acontecerá na segunda-feira. "Em alguns cursos,
pode ser que os alunos realmente
voltem às aulas, mas em outros,
como o de letras, que está em pior
situação, os professores vão ter de
se esforçar para nos convencer a
retornar. Vai ser mais fácil que os
alunos os convençam a parar de
novo", diz Henrique Kipper, 32,
do curso de letras.
A principal reivindicação dos
cerca de 12 mil alunos da FFLCH é
a contratação de 259 novos docentes para a faculdade, que tem a
pior relação aluno/professor da
USP: 35,2 para cada aluno, enquanto a média na universidade é
de 14 para 1. A paralisação teve,
desde o início, apoio dos docentes
e funcionários da unidade.
A última proposta da reitoria,
aceita pela congregação, prevê a
contratação de 92 professores: 68
para o primeiro semestre de 2003
e 24, para o segundo.
Em assembléia geral na última
quarta-feira, os alunos mantiveram a greve e a rejeição à proposta, mas já houve resistência. "O clima [na assembléia] foi tenso", diz Renato Soares Bastos, aluno de história. "A votação foi por contraste, mas houve bastante votos pelo fim do movimento."
Até então, o fim da greve não chegava a ser defendido por cinco participantes das assembléias.
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