São Paulo, sábado, 10 de agosto de 2002

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USP

Cronograma depende da volta dos alunos às salas de aulas

Ano letivo na FFLCH deve acabar somente em fevereiro de 2003

DA REPORTAGEM LOCAL

Caso as aulas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) recomecem mesmo na próxima segunda-feira, como querem os professores da unidade, o ano letivo de 2002 só acabará em fevereiro de 2003.
Uma sugestão de novo calendário, aprovada anteontem pela congregação da faculdade (que reúne docentes, funcionários e alunos), determina o fim do primeiro semestre de 2002 no dia 28 de setembro, o reinício das aulas no dia 7 de outubro e o término do segundo semestre letivo deste ano no dia 1º de fevereiro -havendo um recesso para as festas de fim de ano entre os dias 23 de dezembro e 5 de janeiro.
Segundo Anna Maria Coelho Silva de Campos, titular da Assistência Acadêmica da FFLCH, cada curso poderá, entretanto, elaborar seu próprio esquema de reposição de aulas, de acordo com a data em que os alunos entraram em greve. Os estudantes de letras foram os primeiros a parar, em 29 de abril. No dia 2 de maio, os demais cursos aderiram ao movimento, que completa 101 dias.
Os professores de ciências sociais divulgaram ontem um calendário próprio, prevendo o fim do primeiro semestre de 2002 no dia 20 de setembro. O segundo semestre iria do dia 30 de setembro até 24 de janeiro de 2003, também com uma pausa entre o Natal e o Réveillon. História ainda não definiu o plano de reposição; os demais cursos da faculdade (geografia, filosofia e letras) deverão adotar a orientação da congregação.

Expectativa
Toda a programação depende, porém, do que acontecerá na segunda-feira. "Em alguns cursos, pode ser que os alunos realmente voltem às aulas, mas em outros, como o de letras, que está em pior situação, os professores vão ter de se esforçar para nos convencer a retornar. Vai ser mais fácil que os alunos os convençam a parar de novo", diz Henrique Kipper, 32, do curso de letras.
A principal reivindicação dos cerca de 12 mil alunos da FFLCH é a contratação de 259 novos docentes para a faculdade, que tem a pior relação aluno/professor da USP: 35,2 para cada aluno, enquanto a média na universidade é de 14 para 1. A paralisação teve, desde o início, apoio dos docentes e funcionários da unidade.
A última proposta da reitoria, aceita pela congregação, prevê a contratação de 92 professores: 68 para o primeiro semestre de 2003 e 24, para o segundo.
Em assembléia geral na última quarta-feira, os alunos mantiveram a greve e a rejeição à proposta, mas já houve resistência. "O clima [na assembléia] foi tenso", diz Renato Soares Bastos, aluno de história. "A votação foi por contraste, mas houve bastante votos pelo fim do movimento."
Até então, o fim da greve não chegava a ser defendido por cinco participantes das assembléias.



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