São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FORÇA NACIONAL

Treinamento reúne 300 PMs de todo o país durante 15 dias

Óculos de sol é dica para tropa de elite

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vestidos de camisa preta com a inscrição "Força Nacional", 300 PMs começaram a receber treinamento para a nova unidade policial do país ontem, minutos após ouvirem o discurso do ministro Márcio Thomaz Bastos. Alguns tópicos da aula eram curiosos: usar óculos escuros e não dirigir contra a luz do sol, por exemplo.
Coube aos governadores escolher os nomes dos policiais que integrarão a Força Nacional de Segurança Pública, cuja ação deve começar até o fim do ano. Ontem, apenas Rio de Janeiro, às voltas com uma série de assassinatos de policiais, e São Paulo, que não apresentou justificativa, não enviaram representantes.
"Está dentro da autonomia administrativa de cada Estado decidir se envia ou não os policiais. São Paulo tem dado sinais positivos de que deseja participar", disse o secretário nacional de Segurança Pública, delegado federal Luiz Fernando Corrêa.
O objetivo do treinamento que começou ontem é "nivelar" os conhecimentos de cada Estado, uniformizando o modo de agir. Os tópicos lidos pela Folha fazem parte de sete grupos de temas diferentes, que os policiais aprenderiam ontem. O curso é ministrado na Academia Nacional da Polícia Federal, em Brasília.
O tema de número sete, além de indicar que os alunos deveriam usar óculos escuros, assinala que os carros devem conter película.
O curso dura 15 dias. Depois, os policiais voltam para seus Estados para repassar o conhecimento adquirido e podem ser convocados a qualquer momento. Durante o período em Brasília, cada policial recebe uma diária de R$ 60. Quando chamados, poderão receber até R$ 120 por dia -valor da diária de um policial federal.
A principal pendência para a Força Nacional é uma lei que autorize a atuação de um policial de Sergipe na Bahia, por exemplo. Hoje, policiais e bombeiros podem agir apenas no Estado em que trabalham. Segundo o secretário Corrêa, o Ministério da Justiça analisa se a autorização será dada via medida provisória.
"A Força Nacional não é um instrumento de intervenção, não está acima das forças do Estado", frisou Bastos.
A idéia inicial de Bastos era conseguir que todos os governadores assinassem um termo conjunto autorizando a ação de policiais de outros Estados, mas a proposta encontrou resistência. A medida provisória deve ser editada até o fim deste ano. (ID)


Texto Anterior: Justiça: Ministro quer rever Lei de Crimes Hediondos
Próximo Texto: Cortina de fumaça: Philip Morris usou jornalistas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.