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Ataques atingiram 70 agências de banco desde maio
Terceira onda de atentados do PCC foi a que visou mais os bancos, segundo dados da Secretaria da Segurança Pública
Febraban diz que não contabilizou o número de unidades destruídas nem sabe informar qual é o valor do prejuízo causado
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o ataque de mais duas
agências bancárias na madrugada de ontem -uma do Bradesco e outra da Nossa Caixa
Nosso Banco-, sobe para 70 o
número de bancos e caixas eletrônicos que foram alvo de
ações criminosas atribuídas
aos membros do PCC desde o
inícios dos ataques, em maio.
Segundo levantamento da
Secretaria da Segurança Pública, na primeira onda de ataques, em maio, 17 bancos foram
atingidos; na segunda, em julho, foram 16; e nessa última já
são pelo menos 36.
As agências foram atingidas
por bombas caseiras, coquetel
molotov ou disparos -sempre
durante a madrugada e sem
deixar ninguém ferido.
Apesar do aumento do número de bancos atacados, a Febraban (Federação Brasileira
de Bancos) informou que não
contabilizou o número de
agências atingidas nem qual é o
valor do prejuízo.
Segundo a Febraban, as
agências não mudaram as normas de segurança e vão continuar atendendo normalmente.
Na agência do Bradesco, na
avenida Giovanni Gronchi
(Morumbi), as portas de vidro
foram perfuradas por vários
disparos. Parte do forro do teto
precisou ser trocado.
"Olha isso. Está tudo perfurado. Acho que eles [autores do
ataque] queriam mesmo destruir a agência", disse Luís Carlos, 38, cliente do banco.
A Folha tentou conversar
com os gerentes da agência,
mas um segurança disse que
eles estavam ocupados.
Na agência da Nossa Caixa
Nosso Banco, na rua Teodoro
Sampaio, a situação não foi diferente. O vidro da porta principal ficou destruído com a explosão de uma bomba.
Segundo a assessoria de imprensa da Nossa Caixa, não
houve grandes prejuízos porque apenas dois vidros tiveram
de ser trocados.
"O barulho foi tão forte que
pensei que fosse cair uma tempestade. Saí na janela e vi que o
tempo estava normal. Não entendi nada, achei que era algum
problema na [av.] Paulista."
Foi com essas palavras que o
administrador de empresas
Cláudio de Campos, 48, descreveu o barulho da explosão que
atingiu a agência da Nossa Caixa na rua Teodoro Sampaio.
Campos mora em um prédio
que fica praticamente ao lado
do banco. Ele disse que estava
assistindo televisão com sua
mulher quando ouviu a explosão. "Não fazia idéia de que era
um ataque, muito menos de
que era um ataque ao lado de
casa. A sensação de insegurança está cada vez maior", disse.
Para a dona-de-casa Ângela
(nome fictício), o medo da violência foi ainda maior. Vizinha
da agência do Bradesco que foi
atacada no Morumbi, ela estava acordada esperando o marido chegar do trabalho no momento em que o prédio foi metralhado.
"Meu marido é gerente de
um restaurante e sempre chega
por volta das 2h. Os disparos
foram por volta da 1h45. Fiquei
desesperada e corri para a porta para ver se ele estava chegando ou se tinham atingido alguém. Foi horrível", disse.
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