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Anac terá norma para espaço entre poltronas de avião
Assunto será discutido na próxima segunda em reunião da diretoria da agência com o ministro Nelson Jobim (Defesa)
Agência receberá estudo que leva em conta aspectos de segurança e a altura e peso médios da população brasileira e de cada Estado
IURI DANTAS
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) criará uma norma brasileira para o espaçamento entre as poltronas dos
aviões comerciais. Na próxima
segunda-feira, o assunto será
discutido em reunião da diretoria da agência com o ministro
da Defesa, Nelson Jobim.
Segundo apurou a Folha, a
diretoria da agência receberá
nas próximas semanas um estudo técnico para embasar a futura resolução. O estudo deve
ser questionado pelas companhias aéreas, que defenderão
as capacidades das aeronaves
estabelecidas por seus fabricantes, como Airbus e Boeing.
O estudo vem sendo feito
desde janeiro de 2005 e leva
em conta aspectos de segurança, como a distância do encosto
da cabeça em relação a outros
objetos e simulações de evacuação de emergência. O levantamento aborda, também, a altura e peso médios da população brasileira e os mesmos parâmetros em cada Estado.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), o homem brasileiro médio mede 1,69 m e pesa
69,4 kg, chegando a 1,71 m e
72,4 kg na região Sul. Já a mulher brasileira tem altura média de 1,58 m e 59,6 kg, chegando a 1,59 m e 61,5 kg no Sul.
Fiscais da Anac também estariam medindo o espaço entre
as poltronas praticado pelas
companhias aéreas e comparando esses dados com as informações prestadas pelas empresas para checar distorções.
A legislação hoje em vigor
não estabelece limites mínimos para a distância entre as
poltronas, mas, segundo a
Anac, as companhias brasileiras seguem padrões semelhantes aos dos Estados Unidos e
países europeus. O Reino Unido exige um mínimo de 28 polegadas -ou 71,12 centímetros.
Após receber o levantamento, a diretoria da Anac redigirá
uma minuta de resolução e, como prevê a lei, disponibilizará
o texto para consulta pública,
período em que receberá sugestões da população e das
companhias aéreas.
Neste ano
Indagado se a mudança no
número de assentos dos aviões
seria implementada ainda neste ano, Jobim respondeu: "Seguramente é para este ano. Não
tenho a mínima dúvida".
A previsão do ministro pode
ser frustrada pela Anac. Anteontem, integrantes da diretoria decidiram, em um jantar em
Brasília, contestar atos do ministro que sejam de competência da agência -como a distância entre poltronas de avião.
O ministro Jobim disse que,
nos próximos dias, também irá
"revisar o problema das regras
de pontualidade".
O ministro evitou comentar
as acusações feitas pelo brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, contra
a diretora da Anac Denise
Abreu. Pereira acusa Abreu de
tentar beneficiar os seus amigos no aeroporto de Ribeirão
Preto (314 km de SP).
"Vou examinar isso no conjunto. Não faço exames pontuais. É um problema interno e
mais um conflito de natureza
pessoal." Ele anunciou que pretende se reunir com o ministro
Tarso Genro (Justiça) para sugerir o aumento no número de
policiais federais no trabalho
de vistoria de passaporte nos
aeroportos de Cumbica (Guarulhos, Grande SP) e Galeão.
"Atualmente há um ou dois servidores da Polícia Federal."
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