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Foco
Previsão de acidente aéreo agita a internet; peritos apontam indício de fraude
Rogério Cassimiro/Folha Imagem
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Jucelino Nóbrega da Luz, professor de Águas de Lindóia, que afirma prever tragédias |
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma suposta premonição
agita grupos de discussão da
internet e virou assunto de
mesas de bar. Ela diz que haverá um novo acidente com
avião de grande porte em 29
de outubro deste ano, com ao
menos 600 mortos.
O autor da previsão é Jucelino Nóbrega da Luz, um professor de inglês de Águas de
Lindóia (SP) que já foi acusado de fraudes, mas que possui
uma corrente de seguidores.
Ele afirma ter previsto as
duas maiores tragédias da
aviação brasileira, os acidentes com o vôo 1907, da Gol,
em setembro do ano passado,
e com o 3054, da TAM, em 17
de julho. Nos dois casos, diz
ter enviado às empresas cartas alertando sobre os acidentes. Elas não comentam.
Jucelino exibe as cartas,
com carimbos de cartórios,
mas peritos judiciais consultados pela Folha afirmam
que há indícios de fraude.
Segundo os peritos Orlando Gonzalez Garcia e Maria
Regina Hellmeister, diferenças de espaçamento e de calibre das letras na carta datilografada indicam que parte do
conteúdo deve ter sido incluída após o registro no cartório.
Jucelino contesta. "De forma alguma. A corregedoria
[dos cartórios] tem um controle absoluto [sobre as autenticações]."
Não é a primeira vez que o
suposto vidente se envolve
em polêmicas. Ele também
disse ter alertado, em carta,
sobre a morte de Celso Daniel, que era prefeito de Santo
André. Mas o Ministério Público, que investiga o caso,
aponta sinais de fraude.
Duas previsões de Jucelino
não se confirmaram: um
atentado contra o papa Bento
16, em março do ano passado,
e a vitória de Geraldo Alckmin nas últimas eleições presidenciais. Sobre o papa, afirma que o Vaticano mudou a
agenda do pontífice. Sobre
Alckmin, diz que há uma
margem de erro nas premonições e que houve fraude nas
urnas eletrônicas.
"Não quero que as pessoas
acreditem. O que vejo pode
ser mudado", afirma. E completa: "Minhas cartas vão
continuar. Não ganho nada
com isso. Exponho-me demais, corro riscos. Mas estou
aqui para cumprir meu dom".
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