Pacote prevê reforma de calçadas, limpeza, construção de rampas e plantio de flores em 225 áreas de 11 regiões

Prefeitura vê ação como extensão da Lei Cidade Limpa; investimento em obras e paisagismo será de R$ 15 milhões

Eduardo Anizelli/Folhapress

Canteiro na rua Veneza (Jardins) receberá flores

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

O agapanto, a moreia-amarela e a sálvia-vermelha são conservadoras: escolhem a primavera, a estação oficial, para florir. Outras dão o ar da graça no verão, como a íris-azul e o lírio-da-paz. E há quem floresça o ano todo, como a vedélia.
Escolhidas pela Prefeitura de São Paulo, elas terão a missão de manter 225 praças e canteiros coloridos o ano todo, melhorar a visão que o paulistano tem da cidade e, com isso, a sua autoestima.
As flores integram um pacote de intervenções, de R$ 15 milhões, para embelezar praças e canteiros centrais de vias em 11 regiões -entre elas, avenidas importantes como Berrini, Pedroso de Moraes, Rebouças, Nove de Julho e Roberto Marinho.
Cerca de 30 espécies com floradas em épocas diferentes foram selecionadas, de forma que cada área verde tenha uma flor em evidência em qualquer época do ano.
Mas nem só de flores vive o projeto, visto pela prefeitura como uma extensão da Lei Cidade Limpa, que baniu a propaganda das ruas a partir de 2007. O pacote inclui remoção de entulho, reforma de calçadas, troca de guias e sarjetas e rampas de acesso.
"O primeiro movimento foi limpar a paisagem urbana. Agora, é confirmar a política dessa gestão, que é fazer a cidade mais bonita", diz Marcelo Bruni, assessor técnico de obras e serviços da Secretaria das Subprefeituras.
Embora sejam tratadas como extensão da Cidade Limpa, as intervenções lembram o Projeto Belezura, que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), rival de Kassab, lançou em 2001. O plano, que visava melhorar a paisagem urbana, não chegou a avançar.

EFEITO MORAL
"Além do efeito visual, o projeto, como a Cidade Limpa, tem um efeito moral, de fazer o paulistano se sentir bem na cidade", diz Bruni.
"Finalmente, resolveram dar uma melhorada nisso", afirma Célia Marcondes, presidente da Samorcc (Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro de Cerqueira César), que compreende parte da região dos Jardins e que terá áreas contempladas.
Ela afirma, no entanto, que há outras intervenções mais necessárias na região. "O grande número de mendigos nas ruas é um problema gravíssimo no bairro", diz.


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