São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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Justiça de MG pune adolescente no caso Eliza Samudio

Internação do primo do goleiro Bruno foi decidida por suposta ligação com o desaparecimento da jovem

Juiz cita "requintes de crueldade'; advogado do jovem tem afirmado que o cliente não teve participação no caso

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

A Justiça de Minas Gerais decidiu punir com internação o adolescente de 17 anos primo do goleiro Bruno Fernandes por conta de seu envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.
Para o juiz da Infância e Juventude de Contagem (MG), Elias Charbil Abdou Obeid, o garoto participou do assassinato de Eliza, que "teve requintes de crueldade, como asfixia e tortura, que impossibilitaram a defesa da vítima". Cabe recurso à decisão.
Não foi fixado tempo para a internação -o prazo máximo é de três anos. A cada seis meses, a punição, chamada de medida socioeducativa, será reavaliada pela Justiça.
O juiz considerou que Eliza foi de fato morta. Ele diz ter levado em conta o depoimento do adolescente e outras provas testemunhais e indiretas, como o sangue encontrado no carro de Bruno.
Durante a tramitação do processo, o jovem prestou três depoimentos à Justiça.
Um deles ocorreu perante o Ministério Público e outro ao juiz Obeid, com a presença de um advogado nomeado pela Justiça, um curador e uma assistente social.
Nos dois depoimentos, o adolescente disse que viu o crime. Em um terceiro depoimento, ele se calou.
O juiz disse que a prova do envolvimento se deu "de maneira indireta" e "com a confissão do próprio adolescente". Segundo ele, o jovem necessita de "uma abordagem firme e contundente, visando retirá-lo do seio da marginalidade, no qual ensaia os primeiros passos".
Bruno, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (o Bola) e mais sete pessoas são também acusados no caso.

OUTRO LADO
O advogado do adolescente, Eliézer Lima, não foi localizado ontem. Ele tem dito que o adolescente não teve envolvimento no sequestro e que não há assassinato porque não há corpo. Diz ainda que o garoto só confessou o crime por pressão da polícia.


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