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Justiça de MG pune adolescente no caso Eliza Samudio
Internação do primo do goleiro Bruno foi decidida
por suposta ligação com o desaparecimento da jovem
Juiz cita "requintes
de crueldade'; advogado
do jovem tem afirmado
que o cliente não teve
participação no caso
PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
A Justiça de Minas Gerais
decidiu punir com internação o adolescente de 17 anos
primo do goleiro Bruno Fernandes por conta de seu envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do jogador.
Para o juiz da Infância e Juventude de Contagem (MG),
Elias Charbil Abdou Obeid, o
garoto participou do assassinato de Eliza, que "teve requintes de crueldade, como
asfixia e tortura, que impossibilitaram a defesa da vítima". Cabe recurso à decisão.
Não foi fixado tempo para
a internação -o prazo máximo é de três anos. A cada seis
meses, a punição, chamada
de medida socioeducativa,
será reavaliada pela Justiça.
O juiz considerou que Eliza
foi de fato morta. Ele diz ter
levado em conta o depoimento do adolescente e outras provas testemunhais e
indiretas, como o sangue encontrado no carro de Bruno.
Durante a tramitação do
processo, o jovem prestou
três depoimentos à Justiça.
Um deles ocorreu perante
o Ministério Público e outro
ao juiz Obeid, com a presença de um advogado nomeado
pela Justiça, um curador e
uma assistente social.
Nos dois depoimentos, o
adolescente disse que viu o
crime. Em um terceiro depoimento, ele se calou.
O juiz disse que a prova do
envolvimento se deu "de maneira indireta" e "com a confissão do próprio adolescente". Segundo ele, o jovem necessita de "uma abordagem
firme e contundente, visando retirá-lo do seio da marginalidade, no qual ensaia os
primeiros passos".
Bruno, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos (o
Bola) e mais sete pessoas são
também acusados no caso.
OUTRO LADO
O advogado do adolescente, Eliézer Lima, não foi localizado ontem. Ele tem dito
que o adolescente não teve
envolvimento no sequestro e
que não há assassinato porque não há corpo. Diz ainda
que o garoto só confessou o
crime por pressão da polícia.
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