São Paulo, Terça-feira, 10 de Agosto de 1999
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SAÚDE

Laboratório vai investigar morte suspeita

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha

A Furp (Fundação para Remédio Popular), laboratório oficial da Secretaria Estadual de Saúde e principal fornecedor de medicamentos a hospitais públicos de São Paulo, deve mandar hoje uma equipe de médicos e farmacêuticos ao Guarujá (litoral de SP) para acompanhar investigações sobre supostos problemas com medicamentos.
A fundação fabrica os medicamentos que podem ter causado a morte de um adolescente na cidade no último sábado.
Jefferson Henrique Brito Vieira, 16, morreu em decorrência de uma infecção. A suspeita é de que a infecção tenha sido causada pelos medicamentos Benzetacil (penicilina benzatina) e Voltaren (diclofenaco), fabricados e distribuídos pela Furp, aplicados no Posto de Saúde de Vicente de Carvalho.
O adolescente ficou internado durante dez dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Santo Amaro, no Guarujá, e passou por duas cirurgias.
Todo o estoque dos dois medicamentos que havia no Posto de Saúde (cinco caixas de 50 ampolas de Voltaren e duas caixas de Benzetacil) foi recolhido pela Vigilância Sanitária do Guarujá no dia 4, antes de Jefferson morrer. No mesmo dia, foi aberto um inquérito policial para investigar o caso.
O tio do rapaz, o advogado José Roberto Alves Vieira, entrou na Justiça para exigir o recolhimento dos medicamentos. O material recolhido foi enviado para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, para análise.

Febre alta
Jefferson foi atendido no dia 26 de julho no posto médico por causa de uma pancada que sofreu no pé durante um jogo de futebol. Por causa das dores que sentia, o médico de plantão receitou uma injeção de Voltaren (antiinflamatório).
Depois de poucas horas, ele começou a sentir febre alta e retornou ao posto de saúde, onde o médico receitou uma injeção de Benzetacil (antibiótico).
No dia seguinte, o adolescente voltou ao médico com fortes dores nas nádegas e muita febre. Dois dias depois, ele foi internado na UTI do Hospital Santo Amaro.
Segundo a Furp, não há registros de problemas com remédios fabricados pelo laboratório.




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