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GENÉRICOS
Governo deve prorrogar prazo de rótulos
AURELIANO BIANCARELLI
da Reportagem Local
O governo deve anunciar hoje
um novo prazo para que os laboratórios adaptem seus rótulos às
exigências da lei dos genéricos. A
lei, sancionada em 10 de fevereiro
passado, dava 180 dias para que as
mudanças fossem feitas.
Para cumprir a legislação, os Estados deveriam exigir, a partir de
hoje, que só saíssem dos laboratórios medicamentos com o nome
genérico impresso em tamanho
equivalente a 50% da marca comercial. Se fizesse isso, o governo
bloquearia o mercado, pois grande parte dos laboratórios ainda
não fez as mudanças.
"Ninguém fez porque ficamos
de março a julho em reuniões
com o próprio Ministério da Saúde buscando detalhar a lei", disse
Sara Kanter, diretora da Alanac,
associação que reúne os laboratórios nacionais.
Embora determine as mudanças no rótulo, a lei de fevereiro
não fornece detalhes suficientes.
Por exemplo, como escrever
numa pequena embalagem o nome brometo n-butil de escopolamina, nome da substância de um
antiespasmódico? "Não sabemos
ainda se o rótulo deve trazer o nome completo -da substância e
do derivado- ou apenas o sal básico", disse José Eduardo Bandeira de Mello, presidente da Abifarma, Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica.
Mello, no entanto, disse que a
Abifarma não solicitou ao ministério uma prorrogação nos prazos. "Mas sabemos que os pequenos e médios laboratórios não tiveram condições práticas de mudar seus rótulos", afirmou. Segundo ele, as embalagens de remédios são feitas por gráficas especializadas que não teriam tempo hábil de refazer os rótulos das
cerca de 13 mil formulações que
estão no mercado.
Sara Kanter disse que a Alanac
pediu ao ministério um prazo de
mais 14 meses -até outubro de
2000- para realizar, de uma vez,
todas as mudanças da lei.
Em São Paulo, o ministro José
Serra disse que se houve mudança
nos prazos foi devido a necessidades técnicas do próprio ministério. Ele negou que tenha recebido
pedido de prorrogação por parte
dos laboratórios.
Para Antonio Carlos Zanini, especialista em genéricos e diretor
do Serviço de Informação sobre
Medicamentos do Hospital das
Clínicas, o que está havendo "é
um boicote por parte dos laboratórios". "A lei é claríssima e exige
mudanças nas embalagens a partir desta terça-feira (hoje)."
Preços
O ministro Serra disse que o governo está fazendo um levantamento dos preços dos medicamentos de uso contínuo para detectar possíveis aumentos abusivos. Disse também que vai estimular fundações como a Furp
(Fundação para o Remédio Popular) e os laboratórios estatais a fabricarem esse tipo de remédio.
Colaborou Priscila Lambert
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