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Em abril, entidade denunciou no Rio um espancamento coletivo de presos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Conselho da Comunidade do
Rio apresentou ontem dois relatórios que apontam que presos de
duas casas de custódia do complexo penitenciário de Bangu foram torturados. O conselho, formado por representantes da sociedade civil, é um órgão criado
pela Lei de Execução Penal para
fiscalizar o sistema penitenciário.
Um espancamento coletivo teria sido promovido por agentes
penitenciários das casas de custódia Bangu 5 e Jorge Santana em 31
de março, mesmo dia em que o
Desipe (Departamento do Sistema Penitenciário) assumiu o controle das duas unidades. Até então, as casas de custódia eram gerenciadas pela Polícia Militar.
O relatórios foram encaminhados à Secretaria de Administração
Penitenciária em 8 de abril. Apesar de na época ter sido aberta
uma sindicância sobre o caso, até
agora ela não foi concluída.
"O número de presos vistos pelo Conselho da Comunidade com
marcas claras de tortura era impressionante", disse o presidente
do conselho, Marcelo Freixo. O
espancamento teria sido, de acordo com ele, o "cartão de visita"
dos agentes ao assumirem a administração das casas.
"Essa é a prova de que o caso do
[sino-brasileiro] Chan [Kim
Chang], não é único", afirmou.
Chan morreu de traumatismo
craniano, na semana passada, depois de supostamente ter sido espancado por agentes do presídio
estadual Ary Franco.
Segundo Freixo, o presidente do
TJ (Tribunal de Justiça), desembargador Miguel Pachá, também
recebeu as denúncias. O desembargador informou, por meio de
sua assessoria de imprensa, que
encaminhou-as à governadora
Rosinha Matheus (PMDB) e ao
Ministério Público.
Estado de emergência
Depois do caso de Chan, as imagens de uso de drogas e celulares
no presídio Vicente Piragibe
(também em Bangu), exibidas no
domingo pela Rede Globo, aumentaram a crise no sistema penitenciário do Rio.
Ontem, o secretário de Administração Penitenciária, Astério
Pereira dos Santos, informou que
pediria à governadora que decretasse estado de emergência no sistema. Isso permitiria fazer obras e
contratações sem licitação.
A governadora, que estava em
Brasília, disse que iria consultar o
Ministério Público sobre a legalidade da medida. O advogado Ranieri Mazilli Neto disse que não
há "embasamento legal para que
seja decretado estado de emergência no sistema penitenciário".
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