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São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2003

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MINAS

Auditoria aponta indício de adulteração em exames para transplantes de rins
Auditoria da Secretaria da Saúde de Minas Gerais concluída na semana passada constatou "graves indícios de irregularidades" no exame de pacientes inscritos na fila de espera para transplante de rim no Estado.
Estão sob suspeita 800 dos 3.150 exames HLA (Antígeno Leococitário Humano, obrigatório para checagem de compatibilidade entre receptor e doador) realizados entre 1998 e abril de 2002 por um dos laboratórios credenciados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para realização do exame em Belo Horizonte.
Na auditoria, verificou-se que cinco pacientes, apesar de apresentarem resultados do exame, não tiveram nem sequer seu sangue coletado para análise. Foram achados resultados idênticos, o que é considerado cientificamente improvável.
A investigação foi instalada em novembro de 2002, em razão da "demora exagerada" do laboratório na entrega dos exames para a secretaria. Dos 800 pacientes, apenas um passou pelo transplante -o que, para a secretaria, reforça a hipótese de adulteração nas análises com o objetivo de beneficiar outras pessoas da fila de espera.
O secretário da Saúde de Minas Gerais, Marcus Pestana, alegou "questões éticas" e não divulgou o nome do laboratório envolvido nas denúncias. Informou, entretanto, que a empresa não realiza esses exames desde abril de 2002 e que as análises irregulares serão refeitas.
A secretaria encaminhou cópias do relatório da auditoria ao Ministério Público, Conselho Regional de Medicina, Prefeitura de Belo Horizonte e Secretaria da Defesa Social, que determinou a abertura de inquérito policial. Anunciou a dissolução da Câmara Técnica de Transplante de Rim. Segundo a secretaria, 3.778 pessoas esperam o transplante de rim em Minas. (DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE)


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