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SEGURANÇA
Segundo a CPTM, explosivos estavam prontos para serem detonados; rapaz diz que iria mandar material para a família
Jovem é detido após levar dinamite a trem
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Levando nove bananas de dinamite em sua mochila, um adolescente foi detido, na noite de anteontem, em uma estação de trem
da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos), em
Osasco (Grande São Paulo). Segundo seguranças da companhia,
três desses explosivos estavam
prontos para serem detonados.
O adolescente foi detido após
desembarcar de um trem que seguia para Itapevi e tentar pegar
outro, em direção à capital paulista. De acordo com os agentes da
CPTM, o adolescente, de 17 anos,
chamou a atenção ao atravessar,
pulando, as plataformas da Estação Miguel Costa.
Detido às 20h40 pelos seguranças, que realizavam uma blitz no
local, teve sua mochila revistada.
Dentro dela, foram encontradas
as nove bananas de dinamite.
Dessas, três estavam amarradas
e possuíam dois dispositivos, um
elétrico e um de pólvora que, segundo a CPTM, poderiam ser detonados a qualquer momento.
Outras duas dinamites também
estavam amarradas, e as quatro
restantes, soltas. Essas, porém,
não possuíam os dispositivos para efetuar a explosão.
A polícia investiga a origem do
material e os planos do rapaz.
Depoimentos
Conduzido ao 1º DP de Osasco,
o adolescente prestou depoimento, registrado no Boletim de Ocorrência, em que afirmou que fazia
"bico" nas obras da calha do rio
Tietê, e que, quando sobravam dinamites, ele as pegava.
A intenção era, ainda de acordo
com o depoimento, entregá-las ao
padrasto, e em seguida enviá-las a
familiares no Norte do país.
Depois de depor, já na presença
da mãe, o adolescente foi liberado, sob a condição de comparecer
à Vara da Infância e da Juventude.
Dependendo das conclusões do
inquérito que será instaurado pela polícia, o adolescente poderá ir
para a Febem.
O padrasto do rapaz, que também depôs, deu declarações diferentes para explicar a origem dos
explosivos. Segundo seu depoimento, há cerca de dois anos ele
trabalhava na empresa White
Martins, com detonação subaquática, quando um funcionário
pediu para que ele levasse as dinamites para casa. De acordo com
ele, essas dinamites permaneceram lá até anteontem.
A empresa, no entanto, nega
que trabalhe com explosivos e que
tenha tido um funcionário com o
nome do padrasto do rapaz.
Após a apreensão feita na estação de trem, a Polícia Militar se dirigiu à casa do adolescente em
busca de outros explosivos. Nenhum foi encontrado.
Para a Folha, na tarde de ontem,
o adolescente deu outra versão,
diferente da que havia sido registrada no Boletim de Ocorrência.
O rapaz afirmou que as dinamites estavam na sua casa e eram de
seu padrasto. Negou que tivesse
trabalhado nas obras da calha do
rio Tietê.
As dinamites foram enviadas à
unidade anti-bomba do Garra
(Grupo Armado de Repressão a
Roubo e Assalto). De acordo com
a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança de São Paulo,
os explosivos serão periciados para que seja feito um laudo.
A empresa IBQ, que, segundo o
Boletim de Ocorrência, fabrica o
material explosivo, não explicou
como as dinamites poderiam ser
detonadas nem qual o poder de
destruição delas. De acordo com
um funcionário da empresa, essas
informações poderiam ser dadas
apenas pela polícia.
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