São Paulo, sábado, 10 de setembro de 2005

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TRANSPORTES

Dos R$ 140 milhões que seriam liberados em 2006, só R$ 14 milhões constam do Orçamento; obra pode atrasar

Lula corta 90% da verba para o Rodoanel

FÁBIO TAKAHASHI
AFRA BALAZINA

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo Luiz Inácio Lula da Silva reduziu em 90% a previsão de investimentos federais no próximo ano no Rodoanel, uma das prioridades do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) -pré-candidato à Presidência.
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, afirmou em fevereiro que a pasta destinaria R$ 700 milhões para a obra. Os recursos seriam liberados em cinco parcelas de R$ 140 milhões, a partir de 2006. Porém, no Orçamento federal enviado ao Congresso no final do mês passado, estão previstos apenas R$ 14 milhões.
A assessoria de imprensa do ministério afirmou que não houve recursos suficientes para que o acordo fosse cumprido.
A Secretaria Estadual dos Transportes disse que a diminuição dos recursos irá atrasar a conclusão do trecho sul do Rodoanel, prevista para começar até o final de 2005. A duração estimada da obra é de quatro anos.
Esse trecho, que ligará as rodovias Anchieta e Imigrantes à Régis Bittencourt (leia texto nesta pág.), é a segunda etapa do Rodoanel. A primeira etapa, o trecho oeste, foi inaugurada em 2002 e tem 32 quilômetros de extensão.
A assessoria de imprensa da secretaria estadual classificou como uma "surpresa" a redução das verbas. O custo previsto do trecho sul do Rodoanel é de R$ 2,5 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão financiado pelo governo estadual e R$ 700 milhões pelo federal.
O governo do Estado planeja gastar R$ 750 milhões na obra nos próximos dois anos.
Para diminuir a perda de verba, o governo estadual irá pressionar os deputados federais de São Paulo a incluírem emendas no Orçamento, o que elevaria a destinação de recursos para a obra.
Outras polêmicas podem adiar a conclusão da obra. Uma delas é um parecer técnico da gestão José Serra (PSDB), que exige compensações ambientais para o município de São Paulo.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também pediu alterações no projeto.


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