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41% querem restrição de horário para caminhões
Medida é defendida pelos motoristas em São Paulo para melhorar o trânsito
Pesquisa indicou ainda que, para 71% dos paulistanos, a solução está em investir em transporte público; 52% defendem expansão de vias
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa cidade onde, a cada
dia, há mais de três acidentes
envolvendo caminhões, onde
um quebra nas ruas a cada 20
minutos e onde as principais
propostas para ordenar esse
tráfego estão emperradas, 41%
dos motoristas cobram a limitação horária à circulação de
veículos pesados como forma
de reduzir congestionamentos.
Essa é a terceira medida mais
defendida pelos condutores em
São Paulo para melhorar a fluidez do trânsito, atrás somente
dos 71% que vêem como solução os investimentos em transporte público rápido e seguro e
dos 52% que querem obras para expansão da malha viária.
Os resultados são de uma
pesquisa da Abramcet (Associação Brasileira de Monitoramento e Controle Eletrônico
de Trânsito, que reúne, entre
outras, as empresas de radar)
realizada em julho em oito capitais e no interior paulista.
A defesa de transporte público e de mais ruas e avenidas se
repete em proporções semelhantes em boa parte dos municípios pesquisados. Já a da limitação ao horário dos caminhões
se revela como um fenômeno
mais tipicamente paulistano.
No Rio de Janeiro, por exemplo, somente 23% fazem essa
reivindicação.
"São Paulo tem esse problema em maior escala. Já existem
algumas restrições aos caminhões, mas elas poderiam ser
ampliadas", diz Ivan Whately,
do Instituto de Engenharia.
O Rodoanel é uma das principais medidas defendidas por
especialistas para ordenar a
circulação de caminhões na capital de São Paulo. No entanto,
apenas o trecho oeste está concluído. No início deste mês, a
Secretaria de Estado do Meio
Ambiente concedeu o licenciamento ambiental para a face
sul. A licença era o documento
que faltava para a obra começar. A previsão é que a construção desse trecho termine num
prazo de quatro anos.
Limite de horário
A cidade já tem limitação horária de circulação de veículos
pesados especialmente em
áreas centrais, mas há quem
defenda com rigor a obrigatoriedade da entrega noturna.
Para Whately, as respostas
favoráveis aos investimentos
em transporte público mostraram "uma lucidez" da população que a maioria dos políticos
nunca teve. Dos motoristas
paulistanos, 23% apontaram
como sugestão contra a lentidão a utilização de carona, deixando os carros na garagem.
A pesquisa encomendada pela Abramcet foi feita pelo instituto Synovate Brasil, com 1.500
entrevistados e margem de erro de 2,58 pontos percentuais.
Ela também questionou a população sobre as medidas para
diminuir os incômodos causados aos pedestres. A defesa de
programas de educação no
trânsito teve a adesão de 70%
dos entrevistados na capital
paulista, seguida por 58% que
querem ampliação de passarelas, 58% que defendem melhor
sinalização, 53% que cobram
fiscalização para veículos em
lugares proibidos e 23% que
apontam como solução a redução da velocidade dos veículos.
Para Silvio Medici, da
Abramcet, a pesquisa sinaliza
para uma cobrança de motoristas e pedestres por ações de
educação no trânsito. "As campanhas educativas hoje são fracas. As pessoas têm consciência
dos problemas, mas não são devidamente despertadas", afirma Medici, em relação ao fato
de a população defender muitas soluções com as quais nem
sempre ela mesmo colabora.
Na média brasileira, a proporção dos que defendem as
passarelas é maior entre os
mais jovens -62%, na faixa de
18 a 30 anos- do que entre os
mais velhos -47%, na faixa acima de 46 anos. A explicação para os dados está ligada ao próprio vigor físico dos pedestres.
Os mais idosos têm dificuldades para subir passarelas -não
è à toa que eles são as principais
vítimas dos atropelamentos.
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