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SAUL GALVÃO DE FRANÇA JÚNIOR (1942-2009)
O crítico era um dos maiores especialistas em vinho do país
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Morreu ontem de câncer,
aos 67, o crítico gastronômico
Saul Galvão, que nos últimos
30 anos escreveu sobre restaurantes, receitas e vinhos
nos jornais "O Estado de
S.Paulo" e "Jornal da Tarde".
No Grupo Estado desde
1965, para onde foi atuar como
repórter ao abandonar o curso
de direito da USP, no largo São
Francisco, trabalhou nas áreas
de política e internacional.
Estreou na coluna de restaurantes do "Jornal da Tarde", em 1978, substituindo o
pioneiro Paulo Cotrim.
Era apaixonado pela cozinha -chegou a fazer estágios
na França, nos restaurantes
dos estrelados chefs Pierre
Troisgros e Roger Vergé, luminares da nouvelle cuisine francesa, nos anos 1980.
Quanto aos vinhos, mais do
que apaixonado, Saul era uma
das maiores autoridades do assunto no país: dentre seus livros, "Tintos e Brancos" (a primeira edição é de 1992) é uma
referência no Brasil. Também
é autor de, entre outros, "Os
Prazeres da Mesa", "A Cozinha e seus vinhos" e "A Essência do Sabor".
Dono de um texto econômico, até simplório, Saul descrevia sem mistérios os prazeres
aos quais o lançava seu ofício.
Gostava de comer e beber. Só
não o fazia mais porque também costumava divertir a mesa com seu palavreado solto:
entre tiradas bem-humoradas
(ou não), pontificava sobre
gastronomia, sobre sua cidade
natal (Jaú, no interior de São
Paulo, local do velório e do enterro), sobre política (um conservador empedernido), sobre
música clássica (que ouvia em
casa em alto e bom som) e sobre Paris, onde infalivelmente
deliciava-se nas férias.
coluna.obituario@uol.com.br
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