DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo informou ontem que, devido aos novos problemas com a telefonia fixa no Estado, ele buscará "alternativas" para que os telefones de emergência não fiquem apenas sob a responsabilidade da Telefônica.
De acordo com o secretário de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, o Estado não pode ficar refém de um sistema tão vulnerável. "O governo tem obrigação de socorrer vítimas de desastre. Quando você tem impedida a comunicação para ver essas queixas, é um episódio grave. Acho que nós temos que procurar alternativas. Eles [Telefônica] têm que prestar bons serviços, mas creio que nós não podemos ficar dependentes de um sistema com essa vulnerabilidade", afirmou.
Marrey não disse quais seriam essas alternativas. Uma possibilidade que será estudada, segundo o governador José Serra (PSDB), é transferir para outra operadora esse serviço. Ele disse que fará esse estudo, porém, após ser questionado pela Folha sobre a possibilidade.
A pane de anteontem afetou os telefones dos bombeiros e da Defesa Civil num dia em que a capital enfrentou forte chuva e deslizamentos de terra em alguns bairros.
A Polícia Militar chegou a divulgar que, das 10h50 às 12h10, período em que ficou sem serviço, são feitas em média 2.500 ligações para sua central.
Ainda de acordo com Marrey, um procedimento foi aberto pelo Procon para apurar o ocorrido. Esse procedimento poderá acabar, de acordo com ele, com uma multa de até R$ 3 milhões e com subsídios para uma ação civil contra a operadora de telefonia.
Desde 2001, a Telefônica foi multada pelo Procon 17 vezes num valor próximo de R$ 13 milhões, segundo o governo.
"É preocupante que uma empresa dessa dimensão, com um mercado dessa importância, esteja apresentando falhas contínuas no seu serviço", disse Marrey. "A Anatel, que é o órgão regulador, tem que entrar na história. Não é possível ignorar", completou.


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