São Paulo, sexta-feira, 10 de setembro de 2010

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ENTREVISTA

"O ônibus foi abrindo e pessoas caíram no buraco"

RACHEL BOTELHO
DE SÃO PAULO

O eletricista Milton Pena, 56, voltava de uma festa quando pegou o ônibus que o deixaria em casa. Sentado em uma das últimas fileiras, do lado oposto ao do motorista, ele viu a lataria do ônibus ser empurrada em sua direção antes de saltar pela janela.

 

Folha - Como foi o impacto da colisão?
Milton Pena -
Quando deu a pancada, eu estava segurando no banco da frente, eu fiquei seguro. Só que um poste veio embaixo, rasgando o ônibus por dentro e empurrando a frente do ônibus para trás.
Vi que estava vindo para o meu lado, que ia arregaçar o resto da lata. Aí pulei pela janela que tinha quebrado o vidro, na traseira.

Você ouviu algum barulho antes da pancada?
Não. O trem bateu no meio e foi empurrando o ônibus para a frente. E derrubou dois postes e eles entraram por baixo do ônibus. O ônibus foi abrindo e as pessoas caíram no buraco que abriu. Foi a quase três metros de mim.

Você viu alguma coisa?
Estava escuro, escutei só o griteiro. Depois estourando o vidro, a lâmpada fluorescente. Veio um poeirão de baixo para cima, ninguém via mais nada. Escureceu tudo. Pulei de mais de três metros.

Alguém lhe disse que ouviu o outro trem buzinar?
Ele [um dos homens que pularam do ônibus] falou que ouviu. Eu não ouvi.


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