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OUTRO LADO
Estados têm interpretações divergentes
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
O Estado do Rio questiona
no STF (Supremo Tribunal
Federal) a validade da resolução 322, sob o argumento
de que a Constituição prevê
lei complementar para regulamentar a emenda.
Na ação, é questionado o
veto à inclusão de despesas
com saneamento e operações de crédito como gasto
em saúde. O Rio tomou a
medida por causa do risco
de intervenção federal.
Em agosto, o Conselho
Nacional de Saúde aprovou
a desabilitação do Distrito
Federal da gestão plena de
saúde -que poderá perder
a gerência sobre o total de recursos da saúde. Um dos
motivos da decisão foi o remanejamento de R$ 117,8
milhões da saúde para outras áreas. A decisão final cabe ao ministro.
O governo do DF contesta
os dados do ministério e diz
que aplicou 10,6% de suas
receitas próprias.
"A minha opinião é que,
assim como o Maranhão,
vários Estados tiveram uma
interpretação equivocada da
emenda", diz Sueli Tonial,
gerente de qualidade de vida
do Maranhão. Ela diz que,
em 2004, o Estado não computará mais saneamento como gasto na área.
Roraima alega que, em
2004, a saúde era administrada por entidades privadas. "Sei que a lei não foi
cumprida. Cheguei a conversar, mas não havia recurso", diz ex-secretária da Saúde de Sergipe, Marta Barreto. No Estado, o saneamento
também foi computado como gasto em saúde, afirma.
Júlio Müller, ex-secretário
da Saúde do Mato Grosso,
diz que o ministério não
considera despesas pagas no
ano seguinte. "Nunca gastamos tudo durante o ano."
Fernando Cupertino de
Barros, secretário da Saúde
de Goiás, diz que o Estado
não tinha dinheiro para
cumprir a emenda. "Temos
uma das maiores dívidas da
Federação." Mas, diz, o valor
não aplicado é menor do que
o que é apontado.
A Folha não conseguiu localizar os responsáveis pela
área da saúde em 2002 em
Rondônia, Piauí e Santa Catarina. A ex-secretária da
Saúde do Rio Grande do Sul
Maria Luíza Jaeger não quis
comentar o balanço.
O Ceará admite não ter
aplicado no setor tudo que é
previsto em lei, mas questiona os dados do ministério.
Segundo a coordenadora de
políticas da secretaria, Vera
Coelho, se fossem incluídos
nos cálculos gastos com saneamento e Previdência, esse percentual ultrapassaria o estipulado pela lei.
Pernambuco, Espírito
Santo e Bahia negam ter descumprido a lei.
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