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VIOLÊNCIA
Samuel Carrasco, baleado durante discussão sobre radar, foi detido em 98 por atirar em veículo após briga de trânsito
Polícia apura conduta de comerciante morto
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O delegado Gilmar Pasquini
Contrera, do 62º DP (Ermelino
Matarazzo), investiga a conduta
do comerciante Samuel Escobar
Carrasco, 31, durante uma discussão sobre um radar móvel que
multava veículos na zona leste e
que terminou com a sua morte,
baleado por um policial militar.
O delegado disse que Carrasco
já havia sido detido em 1998 após
se envolver em uma briga de trânsito -ele perseguiu e atirou contra um veículo que bateu em seu
carro e não parou para discutir a
reparação do dano. O comerciante não tinha porte de arma.
"Ele tinha esse lado impulsivo,
nervoso, de querer resolver as coisas no ato", disse Contrera, que
também citou um processo por
desacato à autoridade, do qual
Carrasco foi absolvido em 1992.
O sargento Carlos Roberto Valereano, 47, que fazia bico ilegalmente como segurança da empresa de radar, baleou Carrasco depois que ele saiu de seu Vectra
prata para reclamar de uma suposta infração por excesso de velocidade -a imagem não chegou
a ser registrada no equipamento.
A mulher do comerciante, Rita
de Cássia Paganini, 24, que estava
com ele dentro do veículo, prestou depoimento ontem e manteve
a versão de que seu marido foi
agredido e morto sem motivo.
Ela disse que ele estava calmo e
que apenas pretendia reclamar
contra a presença do radar de madrugada em uma área perigosa.
Afirmou que Carrasco foi atingido à queima-roupa, pelas costas,
quando retornava a seu carro.
Paganini foi questionada sobre
a situação do Vectra prata, que,
como informou a Folha ontem,
acumula R$ 1.999,25 em sete multas que não foram pagas (quatro
por excesso de velocidade).
Ela declarou que esse veículo
também é utilizado por outros
funcionários da pet shop da família, que poderiam ser responsáveis por parte das infrações.
A mulher do comerciante afirmou ainda não saber da situação
irregular do veículo -que está
com os documentos apreendidos
desde novembro de 2001, IPVA e
licenciamento atrasados.
A Folha apurou que, em seu
prontuário, Carrasco acumula 19
multas de trânsito desde 1999, a
maioria delas com um Monza de
placa CFA 6613, que também está
com a documentação apreendida
(e com uma dívida de R$ 4.822 em
multas).
Neste ano, sua carteira de habilitação já estaria cassada -foram
oito infrações até setembro, totalizando 36 pontos (a suspensão se
dá com 20 pontos).
Colaborou o "Agora"
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