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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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VIOLÊNCIA

Samuel Carrasco, baleado durante discussão sobre radar, foi detido em 98 por atirar em veículo após briga de trânsito

Polícia apura conduta de comerciante morto

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Gilmar Pasquini Contrera, do 62º DP (Ermelino Matarazzo), investiga a conduta do comerciante Samuel Escobar Carrasco, 31, durante uma discussão sobre um radar móvel que multava veículos na zona leste e que terminou com a sua morte, baleado por um policial militar.
O delegado disse que Carrasco já havia sido detido em 1998 após se envolver em uma briga de trânsito -ele perseguiu e atirou contra um veículo que bateu em seu carro e não parou para discutir a reparação do dano. O comerciante não tinha porte de arma.
"Ele tinha esse lado impulsivo, nervoso, de querer resolver as coisas no ato", disse Contrera, que também citou um processo por desacato à autoridade, do qual Carrasco foi absolvido em 1992.
O sargento Carlos Roberto Valereano, 47, que fazia bico ilegalmente como segurança da empresa de radar, baleou Carrasco depois que ele saiu de seu Vectra prata para reclamar de uma suposta infração por excesso de velocidade -a imagem não chegou a ser registrada no equipamento.
A mulher do comerciante, Rita de Cássia Paganini, 24, que estava com ele dentro do veículo, prestou depoimento ontem e manteve a versão de que seu marido foi agredido e morto sem motivo.
Ela disse que ele estava calmo e que apenas pretendia reclamar contra a presença do radar de madrugada em uma área perigosa. Afirmou que Carrasco foi atingido à queima-roupa, pelas costas, quando retornava a seu carro.
Paganini foi questionada sobre a situação do Vectra prata, que, como informou a Folha ontem, acumula R$ 1.999,25 em sete multas que não foram pagas (quatro por excesso de velocidade).
Ela declarou que esse veículo também é utilizado por outros funcionários da pet shop da família, que poderiam ser responsáveis por parte das infrações.
A mulher do comerciante afirmou ainda não saber da situação irregular do veículo -que está com os documentos apreendidos desde novembro de 2001, IPVA e licenciamento atrasados.
A Folha apurou que, em seu prontuário, Carrasco acumula 19 multas de trânsito desde 1999, a maioria delas com um Monza de placa CFA 6613, que também está com a documentação apreendida (e com uma dívida de R$ 4.822 em multas).
Neste ano, sua carteira de habilitação já estaria cassada -foram oito infrações até setembro, totalizando 36 pontos (a suspensão se dá com 20 pontos).


Colaborou o "Agora"


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