São Paulo, domingo, 10 de outubro de 2004

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País tem lei avançada, mas não a cumpre

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil foi apontado neste ano pela ONU (Organização das Nações Unidas) como o país com a legislação mais avançada das Américas para pessoas com deficiências, seguido pelos Estados Unidos e pelo Canadá. Há, no entanto, uma grande distância entre as leis e a realidade do dia-a-dia dos deficientes.
"A maioria das leis não são cumpridas pelos governantes", diz Ana Maria Barbosa, da Rede Saci, organização não-governamental de difusão de informações sobre deficiência. "Falta fiscalização do poder público e conscientização da população, que, em ações isoladas -como usar uma vaga para deficientes num estacionamento- dificulta a vida de muita gente."
Para ela não basta que Estado e prefeitura façam sua parte. É necessário que as novas gerações sejam educadas para respeitar os direitos dos deficientes. "É comum as pessoas colocarem vasos de flores ou latas de lixo bem na entrada de rampas para cadeirantes, nas calçadas. Não fazem por mal, mas porque não foram instruídas sobre a importância do equipamento para quem precisa", acredita.
Barbosa cita outro exemplo clássico de falta de atenção ao deficiente. "Muitos banheiros adaptados não têm as barras de apoio na altura adequada, o que, na prática, impede muita gente de usar. Outros têm a porta abrindo para dentro, o que impede algumas cadeiras de roda de entrar ou então a porta de fechar corretamente. E todo mundo merece privacidade nessa hora."

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