São Paulo, terça-feira, 10 de outubro de 2006

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Adutora rompe e alaga casas na Pompéia

Força da água formou cratera na pista de avenida, que ficou interditada; Sabesp não sabe a causa do rompimento

Cerca de 30 mil moradores da região chegaram a ter o abastecimento afetado; o conserto deve ser feito hoje e a situação, normalizada

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O rompimento de uma adutora na avenida Pompéia, às 4h40 de ontem, abriu uma cratera na via e causou uma enxurrada que alagou casas e carros. A avenida da zona oeste foi parcialmente interditada, e o abastecimento de água ficou comprometido. A situação só deve se normalizar hoje.
Ainda não se sabe a causa do acidente. Um buraco de 3,5 m de diâmetro foi formado pela força da água, que quebrou o paralelepípedo e o asfalto que o encobria. O tubo fica a 1,8 m de profundidade.
Cerca de 30 mil pessoas ficaram sem água logo após o rompimento -durante o dia, a água de outras redes foi redirecionada para a região. Mesmo assim, 1.600 casas ficaram com abastecimento irregular. Houve alagamento em 20 casas, e oito carros foram arrastados e ficaram cheios de lama.
A avenida Pompéia ficou interditada nos dois sentidos, na altura da rua Cajaíba, até as 8h. Depois, o sentido centro foi liberado e foi feita uma faixa reversível para quem seguia na direção de Pinheiros. Apesar do transtorno, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) não registrou lentidão na área.
"Ainda não sabemos o que causou o rompimento. Pode ter sido um defeito de fabricação que se intensificou ao longo dos anos, ou o trânsito intenso no local", disse Hélio Padula, gerente do departamento de Serviços da Sabesp.
A tubulação rompida é de 1957. A idade média das adutoras em São Paulo, diz Padula, é de 30 anos. Para ele, o problema não deve estar ligado diretamente à idade da tubulação. "Os tubos de ferro fundido são muito resistentes. Alguns chegam a cem anos." Segundo a assessoria de imprensa da Sabesp, porém, uma das causas prováveis é o "desgaste natural da tubulação".
A adutora sai do reservatório Vila América, na alameda Santos, e vai para o Lapa, na rua Aurélia. Na sua vazão máxima permite a passagem de até 30 litros de água por segundo. A tubulação retirada, de 5 m, será encaminhada para análise do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). "Deve levar um mês para ter um resultado."
A rachadura aconteceu na parte de baixo do tubo, que pesa 3.500 kg e foi retirado com a ajuda de um guindaste às 12h30. A Sabesp não soube responder quanto de água vazou.
"Pensei que fosse chuva e pedi para a minha irmã colocar uma tábua na frente da porta para evitar enchente, mas não teve jeito. A água entrou com muita força e chegou a 1 m de altura na sala, no banheiro e na cozinha", disse o aposentado Hernandes Tucunduva, 72, que mora na rua Gonzaga Duque, uma travessa da Pompéia.

Conserto
A Sabesp previa que o conserto terminaria na madrugada ou manhã de hoje. A parte mais complicada, segundo o gerente da divisão de Adução Centro, Hilário Kawaguti, seria a substituição da tubulação.
"O novo tubo é maior, e teremos que cortá-lo e ajustá-lo para encaixar. Depois de colocá-lo, teremos que fazer a reurbanização da área [conserto do asfalto destruído, por exemplo]." Não existe um tubo igual ao que quebrou, diz ele, porque a tubulação rompida é antiga.


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