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Adutora rompe e alaga casas na Pompéia
Força da água formou cratera na pista de avenida, que ficou interditada; Sabesp não sabe a causa do rompimento
Cerca de 30 mil moradores da região chegaram a ter o abastecimento afetado; o conserto deve ser feito hoje e a situação, normalizada
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O rompimento de uma adutora na avenida Pompéia, às
4h40 de ontem, abriu uma cratera na via e causou uma enxurrada que alagou casas e carros.
A avenida da zona oeste foi parcialmente interditada, e o abastecimento de água ficou comprometido. A situação só deve
se normalizar hoje.
Ainda não se sabe a causa do
acidente. Um buraco de 3,5 m
de diâmetro foi formado pela
força da água, que quebrou o
paralelepípedo e o asfalto que o
encobria. O tubo fica a 1,8 m de
profundidade.
Cerca de 30 mil pessoas ficaram sem água logo após o rompimento -durante o dia, a água
de outras redes foi redirecionada para a região. Mesmo assim,
1.600 casas ficaram com abastecimento irregular. Houve alagamento em 20 casas, e oito
carros foram arrastados e ficaram cheios de lama.
A avenida Pompéia ficou interditada nos dois sentidos, na
altura da rua Cajaíba, até as 8h.
Depois, o sentido centro foi liberado e foi feita uma faixa reversível para quem seguia na
direção de Pinheiros. Apesar do
transtorno, a CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) não
registrou lentidão na área.
"Ainda não sabemos o que
causou o rompimento. Pode ter
sido um defeito de fabricação
que se intensificou ao longo dos
anos, ou o trânsito intenso no
local", disse Hélio Padula, gerente do departamento de Serviços da Sabesp.
A tubulação rompida é de
1957. A idade média das adutoras em São Paulo, diz Padula, é
de 30 anos. Para ele, o problema não deve estar ligado diretamente à idade da tubulação.
"Os tubos de ferro fundido são
muito resistentes. Alguns chegam a cem anos." Segundo a assessoria de imprensa da Sabesp, porém, uma das causas
prováveis é o "desgaste natural
da tubulação".
A adutora sai do reservatório
Vila América, na alameda Santos, e vai para o Lapa, na rua
Aurélia. Na sua vazão máxima
permite a passagem de até 30
litros de água por segundo. A
tubulação retirada, de 5 m, será
encaminhada para análise do
IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas do Estado de São
Paulo). "Deve levar um mês para ter um resultado."
A rachadura aconteceu na
parte de baixo do tubo, que pesa 3.500 kg e foi retirado com a
ajuda de um guindaste às
12h30. A Sabesp não soube responder quanto de água vazou.
"Pensei que fosse chuva e pedi para a minha irmã colocar
uma tábua na frente da porta
para evitar enchente, mas não
teve jeito. A água entrou com
muita força e chegou a 1 m de
altura na sala, no banheiro e na
cozinha", disse o aposentado
Hernandes Tucunduva, 72, que
mora na rua Gonzaga Duque,
uma travessa da Pompéia.
Conserto
A Sabesp previa que o conserto terminaria na madrugada
ou manhã de hoje. A parte mais
complicada, segundo o gerente
da divisão de Adução Centro,
Hilário Kawaguti, seria a substituição da tubulação.
"O novo tubo é maior, e teremos que cortá-lo e ajustá-lo para encaixar. Depois de colocá-lo, teremos que fazer a reurbanização da área [conserto do
asfalto destruído, por exemplo]." Não existe um tubo igual
ao que quebrou, diz ele, porque
a tubulação rompida é antiga.
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