DA REPORTAGEM LOCAL

Um estrondo seguido de um barulho parecido com o de chuva forte. Foi com esses ruídos que os moradores da avenida Pompéia e da região acordaram por volta das 4h40 de ontem, quando houve o rompimento de uma adutora na área.
Algumas pessoas, no entanto, levantaram-se quando suas casas já estavam alagadas ou os carros cheios de lama. Cerca de 20 imóveis foram inundados e oito veículos arrastados pela força da enxurrada.
"Estava acordado, vendo TV, quando ouvi um barulho forte e senti os tremores na terra. Voou asfalto para todo lado. Acabou sujando o quintal, mas a água não entrou em casa. Meu carro, entretanto, molhou inteiro e agora, além de sujo de lama, não está mais pegando", contou o professor de tênis Marcelo Marques de Souza, 20, que mora na avenida Pompéia.
"Achei que fosse um toró daqueles, mas depois abri a janela e vi a água jorrando e chegando a dois, três metros de altura", disse o alfaiate Walter Souza Silva, 65, que vive na área.
Os moradores da rua Gonzaga Duque, uma travessa da Pompéia onde normalmente ocorrem enchentes, foram ainda mais afetados. "Molhou meu sofá, um computador e um móvel de madeira da sala. Espero que paguem mesmo pelo estrago", disse a cabeleireira Sônia Ribeiro. Ela trabalhou das 5h às 10h para tirar o barro da casa.
O porteiro João Miguel da Silva quebrou um dedo do pé quando tentava correr para tirar o carro da rua. O esforço não deu resultado: o carro ficou cheio de lama e, segundo ele, não funciona mais. "Mesmo que limpar e consertar, nunca mais será o mesmo."
A Sabesp diz que 12 casas tiveram perda material (como eletrodomésticos estragados). Será aberto um processo de indenização para cada caso. "Pedimos orçamentos para as pessoas e verificamos o que aconteceu", diz o gerente da Sabesp Hélio Padula.


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