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No Rio, crianças se prostituem por R$ 2
Secretaria de Assistência Social contabiliza que ao menos 223 crianças e adolescentes são "agenciados" por quadrilhas
Vítimas têm de 10 a 17 anos; dependendo da localização do ponto, o programa custa R$ 2, mas o "agenciador" repassa somente R$ 0,50
MÁRCIA BRASIL
DA SUCURSAL DO RIO
Ao menos 223 crianças e adolescentes cariocas são explorados sexualmente por quadrilhas especializadas em 30 pontos da cidade, segundo mapeamento da Secretaria Municipal
de Assistência Social do Rio.
As vítimas têm entre 10 e 17
anos e se prostituem em 15
bairros das zonas norte e sul do
Rio. A exploração sexual atinge
jovens dos sexos feminino e
masculino, incluindo travestis.
O mapeamento também indica
os dias e os horários em que se
prostituem. A maior parte é explorada à noite, no centro e na
zona norte.
"Pela localização, não envolve turismo sexual, e, sim, pedofilia. Os horários alternativos,
como o das 12h às 18h, também
apontam que parte dessas
crianças pode estar sendo explorada depois do horário escolar", afirmou o secretário municipal de Assistência Social,
Marcelo Garcia.
De acordo com ele, os dados
serão usados para combater esse tipo de crime na cidade.
"Vamos promover mais
ações em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público
para prender esses exploradores e encaminhar os menores
para os centros municipais de
Combate ao Abuso e Exploração Sexual, onde eles podem receber assistência médica e
orientação", afirmou.
Há seis dias, uma operação
da Delegacia da Criança e do
Adolescente Vítima, da Secretaria Municipal de Assistência
Social e do Ministério Público,
em Campo Grande (zona oeste), prendeu três integrantes de
uma quadrilha que explorava
crianças e jovens. Seis meninas
que se prostituíam no local foram para o Centro Municipal
de Combate ao Abuso e Exploração Sexual Padre Guilherme
Decaminada, em Santa Cruz
(zona oeste).
Ainda de acordo com a secretaria, o valor cobrado pelo programa varia de R$ 2 a R$ 30.
"A variação do preço é em razão da localização. No ponto
que fica nos fundos do Ceasa-RJ, em Irajá, por exemplo, o
programa custa R$ 2, mas as
crianças e adolescentes exploradas recebem apenas R$ 0,50
dos "agenciadores'", afirmou o
secretário municipal de Assistência Social.
Segundo ele, a equipe da secretaria descobriu que famílias
de algumas crianças e adolescentes também estão envolvidas na exploração sexual.
"Estamos tentando nos aproximar dessas famílias para conversar, mas a polícia vai agir.
Existem investigações em curso, mas precisamos do flagrante", disse o secretário.
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